O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, provocou críticas do ministro da Justiça, Flávio Dino, e da Polícia Federal (PF) devido a suas declarações sobre a recente operação contra brasileiros ligados ao grupo terrorista Hezbollah. Em uma entrevista ao jornal “O Globo”, Zonshine declarou que, “se escolheram o Brasil, é porque tem gente que ajuda”, referindo-se à descoberta da PF sobre recrutamento pelo Hezbollah no país.
Em resposta, Flávio Dino afirmou que a PF brasileira “não tem lado” e expressou preocupação com a “ingerência indevida” nas investigações. Ele enfatizou que a cooperação não deve substituir as instituições brasileiras e que antecipar vereditos é uma ação indevida.
A PF divulgou uma nota repudiando declarações de autoridades estrangeiras sobre a operação, destacando que suas ações são técnicas e respaldadas pela Constituição e leis brasileiras. A nota ressalta que manifestações desse tipo violam as boas práticas da cooperação internacional e podem prejudicar futuras ações.
Na operação denominada Trapiche, a PF cumpriu mandados relacionados a atos preparatórios de terrorismo e possível recrutamento de brasileiros para atos extremistas. O primeiro-ministro de Israel afirmou que a agência de inteligência Mossad colaborou com as investigações, resultando na frustração de um ataque terrorista planejado pelo Hezbollah, financiado pelo Irã.
Flávio Dino destaca a importância de respeitar a autonomia das instituições brasileiras e evitar interferências indevidas em investigações que estão sob a supervisão do poder judiciário. O episódio evidencia a sensibilidade em torno de questões de segurança e cooperação internacional, enquanto as autoridades brasileiras buscam manter a integridade do processo investigativo.