Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira se encontrou com o presidente na segunda-feira (10). Militares pressionaram o TSE para realizar auditoria das urnas e prometeram divulgar os resultados horas após o fim da votação.
O Ministério da Defesa apresentou ao presidente Jair Bolsonaro (PL) os resultados da auditoria que foi feita pelos militares nas urnas eletrônicas durante o primeiro turno das eleições deste ano. O documento está em posse das Forças Armadas desde a semana passada, logo após a votação.
O Ministério confirmou que apresentou ao presidente “como foram as Operações de Garantia de Votação e Apuração”, que é feito em todos os pleitos e que é diferente da auditoria inédita realizada pelos militares neste ano.
Porém, fontes do Exército confirmaram que as informações da fiscalização das urnas foram apresentadas.
Segundo a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, os militares não divulgaram publicamente o resultado a pedido de Bolsonaro. Ontem (10), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, esteve reunido com o presidente em Brasília.
Sobre apresentar os resultados publicamente, a Defesa diz “ainda sem previsão” de quando isso acontecerá. Fontes dizem que a auditoria está pronta, mas não sabem a razão de ela ainda não ter sido divulgada.
Paulo Sérgio pressionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as Forças Armadas realizassem apuração das urnas eletrônicas. O ministro, inclusive, pediu no início de agosto urgência para ter acesso ao código-fonte das urnas — que estava disponível para consulta desde outubro de 2021.
A função dos militares seria a de contabilizar os boletins de urnas (os BUs) e auditar, também, o sistema de biometria ligado ao teste de integridade do sistema eletrônico de votação.
Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes cedeu e liberou um número restrito de urnas para os militares auditarem. À época, o ministro Paulo Sérgio estimou que os resultados estariam disponíveis e seriam divulgados poucas horas depois de o encerramento da votação em todo país.
Acusações sem provas
Os militares realizaram, nos últimos meses, questionamentos sobre a integridade da votação eletrônica, com pedidos para inspeção do código das urnas e reuniões com técnicos do TSE.
As demandas vão ao encontro de demandas do presidente Bolsonaro, que de forma recorrente e sem provas acusa que há fraude no uso das urnas.
As acusações de Bolsonaro acontecem mesmo sem nenhum caso concreto de fraude desde 1996, quando as urnas passaram a ser usadas. E de o próprio presidente ter sido eleito cinco vezes deputado federal por meio das urnas.