Vereador enviou ofícios com pedido de providências à prefeitura e a vários órgãos de controle apresentando relatório de inspeção realizada em outubro
O vereador Delegado Fabio Costa encaminhou ofícios ao prefeito JHC e aos órgãos de controle apresentando relatório técnico de uma fiscalização que constatou uma série de inconformidades na operação do aterro sanitário de Maceió. Ele classifica a situação com gravíssima e pede apuração urgente para evitar danos ambientais ao município.
Na qualidade de presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente e Direitos dos Animais, Costa solicitou a inspeção no local. A ação aconteceu no dia 19 de outubro deste ano, sob o comando do engenheiro agrimensor Ramon Salgueiro Cruz.
O objetivo era descrever, detalhar e avaliar as condições técnicas operacionais do aterro sanitário de Maceió, bem como identificar a ocorrência de irregularidades e danos ambientais. O espaço é administrado pela empresa concessionária V2 Ambiental, que vem descumprindo o Contrato de Concessão n. 85.2009, firmado em 05 de junho de 2009, situação que, reiteradas vezes, está sendo denunciada pelo vereador.
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Entre as inconsistências detectadas na fiscalização estão recebimento de resíduos inertes misturados com resíduos domiciliares, com descarte na célula destinada aos domiciliares; grande quantidade de material seco (reciclável) junto aos resíduos domiciliares e inertes; ausência de manutenção nos taludes (plano de terreno inclinado que limita um aterro e tem como função garantir a estabilidade do aterro); ausência de tratamento, reaproveitamento, captação, queima e geração de energia do biogás; e ausência de controle de entrada de resíduos.
O relatório ainda aponta que a Central de Tratamento de Resíduos de Maceió tem ausência de operação de Usina de Beneficiamento de Resíduos da Construção Civil e Inertes; apresenta construção de célula clandestina para recebimento de resíduos da construção civil; ausência de Unidade de Tratamento e Compostagem de Resíduos resultantes de Podação; comprometimento da vida útil do aterro sanitário; e supressão de vegetação para ampliação e criação de Célula de Resíduos Inertes.
“É extremamente nítido o descumprimento de diversas cláusulas contratuais e é visível o descaso com deveres e obrigações assumidas por meio do contrato, o qual jamais foi cumprido na íntegra. Estamos diante de uma ocorrência gravíssima, à qual a administração pública deve apurar com máxima urgência, tendo em vista o enorme risco de prejuízo ambiental ao município de Maceió”, analisou o Delegado Fabio Costa.
Os ofícios com pedido de providências e apuração dos fatos foram encaminhados ao prefeito, a órgãos da prefeitura, aos Ministérios Público Estadual e Federal, além da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB) e ao gabinete do presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal, vereador Galba Neto.
“Há um comprometimento do tempo de vida útil do aterro sanitário de Maceió, que diminuiu consideravelmente e foi prejudicado devido à ausência de cuidados, manutenções preventivas e não cumprimento das etapas estabelecidas na operação”, diz o engenheiro agrimensor Ramon Salgueiro Cruz, no relatório que elaborou.