Parlamentares alegam que Carla Zambelli não tem “condições psicológicas mínimas” para utilizar o armamento de fogo
Metrópoles – Deputados da bancada do PCdoB na Câmara apresentaram, nessa quinta-feira (3/11), um pedido de tutela provisória de urgência para suspender o porte de armas da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Na manifestação, os parlamentares alegam que a congressista não tem “condições psicológicas mínimas” para utilizar o armamento de fogo.
O pedido ocorre após nova polêmica envolvendo Zambelli. No último sábado (29/10), véspera da eleição, a deputada apontou uma arma para um apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva. Zambelli alegou ter reagido após ter sido agredida e xingada por um apoiador do petista na Alameda Lorena, no bairro Jardins.
Segundo relato, a deputada estava em um restaurante, quando foi abordada por um grupo de apoiadores do ex-presidente. Eles teriam se aproximado da parlamentar e disparado xingamentos. Ela disse que foi empurrada e que alguém teria cuspido nela. Em seguida, mostra uma marca no joelho.
Porém, vídeo obtido pela coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles, mostra que Zambelli não foi empurrada pelo homem que ela depois perseguiu, armada, e acuou dentro de um bar. As imagens mostram que a parlamentar tropeça sozinha e, ao levantar, sai correndo atrás do homem com um de seus seguranças, que já saca a arma e aponta para o homem negro.
Para os deputados autores da ação, não se pretende com a medida judicial questionar a legislação e os atos normativos que tratam da autorização para a aquisição e para o porte de armas de fogo, muito menos a política armamentista liderada pelo atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). No entanto, avaliam que a parlamentar não poderia estar portando armas de fogo.
“A concessão em favor da deputada de autorizações para a aquisição e para o porte de arma de fogo não poderia ocorrer, uma vez que a referida deputada não possui condições psicológicas mínimas para portar arma de fogo, haja vista a forma como agiu no caso em testilha e, assim, deve-se anular, ainda que por meio judicial, as autorizações para porte e aquisição de armas de fogo à ela outorgadas, sob pena de assistirmos a outros episódios, ainda mais gravosos, envolvendo a requerida”, defendem.
A dupla ainda cita episódio envolvendo a deputada após o fim das eleições. “A requerida tem estimulado a realização, por parte de apoiadores do candidato a presidente da República derrotado, de verdadeiras barricadas em rodovias de todo o país, inclusive ela própria publicou em seu perfil na rede social Twitter, incitação à prática de crime de desobediência contra decisões emanadas do Tribunal Superior Eleitoral”.
Além disso, argumentam que “atitudes de afronta ao Estado Democrático de Direito e à decisões do Poder Judiciário por parte da Requerida são amplamente conhecidas em episódio”.