O GLOBO | A semana à frente será cheia, com reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), votação do arcabouço fiscal no Senado, Cristiano Zanin sendo sabatinado por senadores para ser ministro do STF e o julgamento do TSE sobre a inegibilidade de Jair Bolsonaro.
Confira abaixo o que esperar dos principais fatos da semana:
Copom sinaliza queda dos juros
Amanhã começa a reunião do Copom, que será importante porque vai ser o momento em que o Banco Central deve indicar como está vendo o cenário para os juros.
Provavelmente vão manter a Selic em 13,75% ao ano, mas devem admitir a melhora da conjuntura, como inflação desacelerando, queda dos juros futuros e redução das projeções para o IPCA. Com isso, vão indicar o começo do ciclo de redução da taxa básica.
No mercado, as projeções são de que a Selic começa a cair em agosto, com queda forte durante o final do ano e o início do ano que vem.
Sabatina de Zanin
A sabatina de Cristino Zanin no Senado para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal deve ser tranquila, com a expectativa de que ele terá mais votos do que o necessário no plenário.
Ele não é a pessoa ideal. Não por suas qualidades como advogado, como pessoa da lei, mas por sua ligação muito próxima com o presidente Lula. Nunca vimos isso, um advogado pessoal, que tirou o atual presidente da prisão, ser indicado ao Supremo.
Acredito que quebra o princípio da impessoalidade, mas o fato é que essa visão já foi derrotada. Zanin conversou com cada senador, bateu em todas as portas, e será ministro do STF.
Espero que tenha sabedoria de se declarar impedido nas votações de temas em que tenha atuado.
Inelegibilidade de Bolsonaro
Na quinta-feira começa o julgamento de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo TSE, em que além dos vários eventos que terminaram na tentativa de golpe, os ministros analisarão aquele episódio pelo qual se começou o processo, que é a fala do então presidente aos embaixadores.
Uma das alegações de Bolsonaro é que suas falas aos embaixadores foram feitas em um momento em que a campanha ainda não havia começado. Mas a questão é o quando ele falou e sim o que ele falou.
Foi um episódio particularmente grave, em que Bolsonaro, reunido com representantes de países estrangeiros, mentiu sobre o nosso processo eleitoral usando a estrutura da presidência da República.
Ou seja, usou recursos públicos para atacar a institucionalidade brasileira.
É isso que será olhado, e só esse fato em si já é forte o suficiente para torná-lo inelegível, sem falar no volume cada vez maior de revelações de atos e palavras de pessoas ao lado do ex-presidente conspirando por um golpe de estado.