Autoridade monetária injetou US$ 1 bilhão por meio de novo leilão de swaps. Mercados já estão à espera de decisões sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil
O Globo – O dólar operava com baixa ante o real e a Bolsa tem leve alta no início desta terça-feira. Os investidores já estão em compasso de espera para as decisões de políticas monetárias dos bancos centrais dos Estados Unidos e Brasil, que serão anunciadas na quarta-feira.
Ainda seguem no radar as preocupações com a China em meio ao avanço de casos da Covid-19 e, no cenário micro, a divulgação de balanços do primeiro trimestre. Na cena interna, são divulgados dados sobre a produção industrial.
Por volta de 10h30, a moeda americana tinha baixa de 0,76%, negociada a R$ 5,0325, acompanhando o recuo da divisa no exterior.
Na véspera, o dólar voltou a fechar acima dos R$ 5 pela primeira vez desde março.
Além da cena externa, o comportamento do câmbio é influenciado por uma nova intervenção do Banco Central (BC).
Nesta terça, o BC realizou um leilão extraordinário de até 20 mil contratos de swap cambial. Todos os contratos foram vendidos, o que equivale a US$ 1 bilhão.
A intervenção já havia sido anunciada antes da abertura do pregão. Nessa operação, o banco joga dólares no mercado futuro, com o intuito de conter a alta da moeda e sua volatilidade.
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,26%, aos 106.913 pontos.
Decisões sobre juros
A semana dos mercados é marcada pelas reuniões de política monetária de vários bancos centrais. No caso brasileiro, a expectativa é que Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic em 1 ponto percentual. Hoje, a taxa está em 11,75% ao ano.
Já nos EUA, espera-se que o Federal Reserve, Banco Central do país, aumente os juros em 0,50% ponto percentual, para a faixa entre 0,75% e 1%.
Em ambos os casos, o que os investidores mais aguardam são as sinalizações sobre os próximos passos.
No Brasil, a questão é saber quando se dará o fim do ciclo de altas da Selic, que já dura mais de um ano. E no americano, restam dúvidas sobre a velocidade do ritmo de altas e de como se dará o processo de redução do balanço do Fed.
Produção industrial
A produção industrial brasileira avançou 0,3% na passagem de fevereiro para março. Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, o setor acumula queda de 4,5%.
Com o resultado, a indústria se encontra agora mais distante do patamar pré-pandemia, estando 2,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) e foram divulgados nesta terça-feira pelo IBGE.
Ações
Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) subiam 0,12% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,03%.
As ordinárias da Vale (VALE3) avançavam 0,42% e as Siderúrgica Nacional (CSNA3), 2,40%.
As preferenciais da Usiminas (USIM5) subiam 0,98%.
No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 1,18% e 0,20%, respectivamente.
Petróleo cai
Os preços dos contratos futuros do petróleo apresentavam queda pela manhã. O movimento é influenciado pelas preocupações com queda na demanda após dados econômicos mais fracos vindos da China.
As perdas, porém, são limitadas, pelas expectativas do anúncio de novas sanções por parte da União Europeia (UE) contra a Rússia.
Por volta de 10h20, no horário de Brasília, o contrato para julho do petróleo tipo Brent caía 1,91%, negociado a US$ 105,52, o barril.
Já o contrato para junho do tipo WTI cedia 1,94%, cotado a US$ 103,13, o barril.
Bolsas no exterior
Na Europa, as bolsas operavam com direções contrárias. Por volta de 10h30, em Brasília, a Bolsa de Londres cedia 0,32%. Em Frankfurt e Paris, ocorriam altas de 0,09% e 0,23%, respectivamente.
Na Ásia, o dia foi de liquidez reduzida com o não funcionamento das bolsas de Tóquio e Xangai devido a feriado. Em Hong Kong, ocorreu leve alta de 0,06%.