Para o deputado, somente pelo fato de se chegar na comunidade da Nova Holanda sem um grande aparato de segurança já é motivo de desconfiança; deputado Glauber Braga afirma que maior apreensão de armas aconteceu a partir do condomínio de luxo do pai dele
Na última quarta (15), na tribuna da Câmara dos Deputados, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) acusou o ministro da Justiça, Flávio Dino, e o governo federal de envolvimento com o tráfico de drogas do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
O suposto envolvimento do ministro se dá após Dino ir até a favela Nova Holanda, dentro do Complexo, para discutir com líderes da sociedade civil e ouvir propostas destas lideranças sobre direitos humanos. O encontro foi na Rede de Inovação Tecnológica da Maré (RITMA), um dos onze equipamentos de atuação da Redes da Maré. No vídeo, o ministro chega com uma comitiva somente de dois carros, sem um aparato de segurança robusto.
“Flávio Dino foi visitar o Complexo da Maré, comunidade dominada pelo tráfico de drogas mais bem armada do Rio de Janeiro, com dois carros! Ele chegou com dois carrinhos, ou seja, tá tudo armado já com o tráfico de drogas. Galera do CPX (Complexo) está ‘ó, ta na boa’. Será que ele vai lá pedir o recadastramento das armas do vagabundo? Não! Ele vai lá dar a segurança”, disse o deputado.
Em seguida, o deputado Glauber Braga (PSOL) questionou o filho do ex-presidente sobre a maior apreensão de armas da história do Rio de Janeiro ter sido feita em uma casa ligada a Ronnie Lessa, vizinho de Jair Bolsonaro em um condomínio de luxo da cidade, e responsável por atirar na vereadora Marielle Franco.
“O deputado Eduardo Bolsonaro, sempre que tem a oportunidade, tenta criminalizar alguma comunidade do Rio de Janeiro. Só que a maior apreensão de armas e de fuzis foi feita a partir da pista de onde? Do condomínio do pai dele! A grande apreensão de cocaína estava aonde? No avião do pai dele! Ora, ora. Ta querendo enganar a quem? Ele está aqui no plenário, então tem que responder o seguinte: já devolveu o colar? Já devolveu o relógio e os outros itens de R$ 400 mil que seu pai levou para casa? Porque isso, deputado Eduardo Bolsonaro, é corrupção!”, completou Glauber.