O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um inquérito para investigar a interdição de três estruturas da Vale pela Agência Nacional de Mineração (ANM) em Mariana, Região Central, na última sexta-feira (10). A interdição foi ordenada devido a problemas de estabilidade identificados pela ANM, levantando preocupações sobre a segurança das comunidades próximas.
As estruturas interditadas estão localizadas na Mina da Fábrica Nova e incluem as Pilhas de Estéril (PDE) Permanente I, Permanente II e União Vertente Santa Rita. De acordo com a ANM, a decisão foi tomada após a detecção de problemas na estabilidade física e nos sistemas de drenagem, classificando a situação como de “risco iminente”.
O distrito de Santa Rita Durão, onde residem aproximadamente 295 pessoas, fica abaixo das pilhas de estéril e é identificado como a zona de autossalvamento (ZAS). Em caso de acidente ou rompimento, essa população está em potencial risco. A ANM expressa preocupações de que os problemas nas estruturas possam resultar em incidentes semelhantes aos ocorridos no dique da Mina Pau Branco, em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, em janeiro de 2022, quando o material se espalhou pela BR-040 após transbordamento.
A situação levou o MPMG a iniciar uma investigação para avaliar a responsabilidade da Vale na preservação da segurança das comunidades locais e garantir que medidas adequadas sejam tomadas para evitar potenciais impactos ambientais e humanos. O histórico de desastres relacionados a barragens no estado de Minas Gerais amplifica as preocupações da população e das autoridades em relação à segurança das estruturas mineradoras.
O inquérito visa esclarecer as circunstâncias que levaram à interdição, avaliar a adequação das medidas tomadas pela Vale e garantir a proteção dos direitos e da segurança das comunidades impactadas. O desdobramento dessa investigação será acompanhado de perto pela sociedade civil e por órgãos ambientais, ressaltando a importância de medidas preventivas e de transparência por parte das empresas mineradoras.