ESTADÃO | O Comitê de Competições da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) decidiu anular o cartão vermelho com o qual Vinícius Júnior foi punido no último domingo, durante a derrota por 1 a 0 do Real Madrid para o Valencia, em jogo no qual o brasileiro foi alvo de racismo. Além disso, a entidade determinou o fechamento de um dos setores do Estádio Mestalla, local dos ataques racistas, por cinco partidas e multou o clube em 45 mil euros (R$ 240 mil, aproximadamente).
Vini foi chamado de “macaco” em coro por torcedores do time adversário e, desestabilizado emocionalmente, foi expulso após acertar o rosto de um adversário em uma confusão generalizada ao final da partida. Ao decidir anular a expulsão, o comitê argumentou que “o que aconteceu seria consequência de uma impunidade permanente e total, durante a presente temporada, de diversas ações de agressão física e verbal, por parte de adversários e torcedores, diante do jogador expulso, tudo isso diante da passividade da equipe de arbitragem, da RFEF e da LaLiga”.
O texto também diz que a decisão do árbitro De Burgos Bengoetxea em expulsar o jogador foi determinada pela “omissão de todo o conjunto ocorrido, o que viciou a decisão arbitral”. Com o cartão vermelho anulado, o Vinícius fica à disposição do técnico Carlo Ancelotti para jogar contra o Rayo Vallecano, em duelo marcado para as 14h30 (de Brasília) desta quarta-feira, pela 36ª rodada do Campeonato Espanhol.
O comitê argumenta que a imagem enviada pelo VAR ao árbitro da partida para avaliar o lance foi “totalmente parcial e determinante para o erro do árbitro na avaliação do ocorrido e, com isso, para a injusta expulsão do jogador, transformando a vítima em agressor”. Segundo o texto, a arbitragem ignorou que o jogador foi agarrado pelo pescoço pelos jogadores Hugo Duro e Mamardashvili.
Em outro trecho, destaca que, na súmula da partida, o árbitro relatou apenas o caso do torcedor que gritou “macaco” e foi identificado pelo próprio Vinícius, sendo que as ofensas foram reproduzidas em coro no estádio. “Houve uma quantidade importante e indecente de cânticos racistas e intolerantes que, em nenhum caso, podem ser tolerados em um estádio de futebol e, que surpreendentemente, a equipe de arbitragem não escutou, já que nada relatou na súmula”.