Fenômeno deve contar com rajadas de ventos intensas por longos períodos
Correio do Povo – Um ciclone com trajetória e característica atípicas, com alto risco meteorológico, pode atingir do Rio Grande do Sul entre terça e quarta-feira, alerta a Metsul Meteorologia. Existem muitas incertezas ainda quanto à evolução do fenômeno, mas o conjunto de dados já permite antecipar a possibilidade de vento forte a intenso no Sul e no Leste do RS.
Ainda no sábado, a Marinha emitiu um alerta sobre o fato: “A atuação deste sistema meteorológico poderá causar ventos de até 55 nós (100 km/h) no entorno do ciclone, principalmente nos setores leste e sudeste desse sistema, até a noite do dia 16 de maio”, diz a nota.
De acordo com a Metsul, o ciclone avança do mar em direção ao continente com ameaça de vento muito forte com rajadas por várias horas, oferecendo perigo de danos estruturais e transtornos em serviços públicos. Se as projeções menos agressivas dos modelos meteorológicos se confirmarem, é alta a probabilidade que venham a ocorrer alguns transtornos para a população. Nos piores cenários, o risco de impactos é grave.
O cenário meteorológico projetado por modelos gerados por supercomputadores é bastante incomum e foge ao que normalmente se observa na atuação de ciclones nas latitudes médias da América do Sul. O comportamento do ciclone indicado pelas simulações computadorizadas é significativamente anômalo
O ciclone também vai acompanhar uma massa de ar frio e impulsionará, pela sua formação e posicionamento mais ao Norte que o habitual, queda da temperatura em ao menos metade dos estados brasileiros, havendo a expectativa de mínimas muito baixas e formação de geada em muitos estados, notadamente do Sul, Centro-Oeste e do Sudeste do território brasileiro.
Segundo a Metsul, ciclones são comuns durante os meses de outono, inverno e primavera no Atlântico Sul pelo encontro de massas de ar quente e frio de diferentes pressões atmosféricos. “Normalmente, os sistemas se formam na altura do Rio da Prata ou mais ao Sul do Atlântico, como na costa de Buenos Aires ou junto à Patagônia. São estes ciclones que impulsionam massas de ar frio com o conhecido vento “Minuano” no Rio Grande do Sul e que ao interagirem com o ar polar acabam em algumas vezes provocando neve”, diz a Metsul Meteorologia.