Izolda é atual governadora do Ceará e assumiu o cargo após a saída de Camilo Santana, futuro ministro da Educação, que foi eleito senador pelo estado.
O futuro ministro da Educação no governo eleito, Camilo Santana, anunciou nesta terça (27) que Izolda Cela, atual governadora do Ceará, será a secretária-executiva da pasta.
Izolda assumiu o lugar de Camilo como governadora para que o político pudesse disputar as eleições deste ano e em que foi eleito senador da República.
A secretaria-executiva é a segunda função mais importante de um ministério pois coordena as demais secretarias da pasta, além das entidades vinculadas.
Izolda vai ajudar Camilo a elaborar e implementar as ações em educação e supervisionar a aplicação do orçamento federal.
Ela foi cotada para ser ministra, mas Lula optou por Camilo.
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho tem 61 anos e é a primeira mulher a assumir o comando do Governo do Estado do Ceará efetivamente.
Ela é professora e psicóloga, formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Também é mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem especialização em Gestão Pública pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Educação básica e período integral
Santana e Izolda já afirmaram que a educação básica será prioridade no governo Lula.
“O país precisa compreender melhor o que é o diagnóstico hoje relacionado aos resultados da educação básica, desde a alfabetização. A partir desse diagnóstico, isso se tornará cada vez mais alvo de comprometimento de quem está na gestão, mas também da sociedade”, declarou Izolda.
Em entrevista após ser indicado por Lula, Santana afirmou que escolas em tempo integral “têm um papel importante”.
“Além de dar oportunidade para nossos jovens e para crianças, é uma forma também de diminuir a violência, garantir a proteção dessa juventude”, disse ele.
As escolas em período integral são uma marca do governo do Ceará. O estado ocupa boas posições em rankings e avaliações da qualidade de ensino no Brasil.
Fundo da Educação
O futuro ministro disse que a administração do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ficará com Fernanda Pacobahyba, hoje secretária de Fazenda do Ceará.
O FNDE foi alvo de barganha entre o centrão e o governo do presidente Jair Bolsonaro. É um fundo cobiçado devido ao seu orçamento e capilaridade pois executa programas federais como: Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD); Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Ainda não foi divulgado quem será responsável pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enem.
Santana conversou nesta terça com Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda. Os dois discutiram o dinheiro em caixa do MEC.
Ele citou que o orçamento da Educação no próximo ano aumentou em R$ 12 bilhões e que isso dará “fôlego” para execução das políticas públicas.
Santana informou ainda que serão prioridades no início da sua gestão:
- alimentação escolar e o reajuste dos recursos para a merenda;
- retomar obras paradas, como de creches;
- reaproximação com os reitores das universidades, que sofreram cortes no orçamento nos últimos anos.
Santana também apontou que pretende reconstruir pacto federativo, retomando regime colaborativo entre MEC, estados e municípios e aumentar o diálogo com governadores e prefeitos.
De acordo com ele, estados e municípios são responsáveis por quase metade do atendimento aos estudantes no país.