Ministério do Planejamento ficará com o PT; pasta da Indústria deve ir para o PSB
Com as eleições definidas, é hora do presidente eleito Lula (PT) começar a montar seu futuro governo. Uma de suas primeiras ações deverá ser a recriação dos ministérios do Planejamento e da Indústria. No governo Bolsonaro, as pastas foram incorporadas ao superministério da Economia, que ficou a cargo de Paulo Guedes desde o início de seu mandato.
Com a descentralização das decisões econômicas, já há nomes sendo cotados para os futuros cargos.
Além de cuidar da elaboração do Orçamento, o futuro Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão deve cuidar da reforma administrativa, que mexe com o funcionalismo público. Além disso, o órgão deve acompanhar de perto um amplo plano de obras, inspirado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), marca histórica das gestões petistas.
Os mais cotados para o Planejamento são o ex-governador Wellington Dias (Piauí) e o governador da Bahia em fim de mandato, Rui Costa. Esses mesmos nomes circulam na bolsa de apostas em diferentes pastas, incluindo a Fazenda.
Dias assumiu, a pedido de Lula, as conversas para ajustar o Orçamento de 2023 de acordo com as propostas do PT. Ele já terá reuniões nesta semana para tratar do assunto.
Também são considerados Aloizio Mercadante, que coordenou a campanha de Lula, e Gleisi Hoffmann, presidente do PT. O Ministério do Planejamento tem historicamente um perfil menos fiscalista e que, por isso, costuma ter atritos com o Ministério da Fazenda.
A ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior é uma das apostas para ter um cargo de comando do programa de obras de infraestrutura. Essas atribuições são importantes para o plano de Lula de aumentar investimentos públicos no curto prazo, numa tentativa de gerar empregos.
Outro ministério que será recriado é o da Indústria, Comércio, Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O PSB, partido do vice de Lula, Geraldo Alckmin, pediu para comandar a pasta, de acordo com interlocutores do partido. Se for atendido, um dos principais cotados é Márcio França, derrotado na disputa por uma vaga no Senado por São Paulo.
Como o GLOBO já mostrou, o nome para o Ministério da Fazenda gira em torno de políticos, já que Lula pretende ter alguém capaz de negociar aprovação de medidas junto ao Congresso Nacional.
Apesar de o chefe da equipe econômica não ter sido definido, dois nomes que podem compor o Ministério da Fazenda passaram a circular entre os petistas. Atual secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto pode ser nomeado para o Tesouro Nacional. Embora faça parte da equipe de Rodrigo Garcia (PSDB), que trabalhou para a eleição de Jair Bolsonaro, Salto declarou voto em Lula ainda no primeiro turno.
Já Bernardo Appy é cotado para comandar uma secretaria voltada para destravar a reforma tributária. Ele é um dos maiores especialistas no assunto. Foi secretário de Política Econômica e também titular da Secretaria Extraordinária de Reformas Econômico-Fiscais, ambas ligadas ao Ministério da Fazenda, durante os governos Lula.
Hoje é diretor do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal) e coautor de uma das principais propostas de reforma tributária discutidas nos últimos anos, a PEC (proposta de emenda à Constituição) 45.