Invasão da Rússia foi o fator que pesou para as duas nações abandonarem a posição de neutralidade política mantida há décadas
O Globo – Finlândia e Suécia apresentaram formalmente suas propostas de adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na manhã desta quarta-feira. Com a decisão, deixam de lado décadas de neutralidade estratégica, para abraçar a aliança militar, em uma transformação incrivelmente rápida provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Os enviados finlandeses e suecos entregaram cartas expressando o interesse de suas nações ao secretário-geral Jens Stoltenberg, na sede da aliança, em Bruxelas. Stoltenberg disse que a Otan buscaria admitir ambas as nações em um processo acelerado.
Os dois estados nórdicos, que têm relações estreitas com a Otan, mas há muito tempo permanecem não alinhados militarmente, viram a opinião pública inclinar-se fortemente a favor da adesão à aliança, desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia abalou a segurança europeia.
Se ambos forem admitidos, isso marcaria a expansão mais significativa da Otan em quase duas décadas, aumentando o número de membros da organização para 32 nações e acrescentando centenas de quilômetros adicionais de fronteira com a Rússia.
Retaliação
No sábado passado, a Rússia suspendeu o fornecimento de eletricidade para a Finlândia. A informação foi confirmada pela operadora de energia finlandesa. A medida é vista como uma retaliação após o país oficializar a intenção de ingressar na Otan, aproximando militares do Ocidente da fronteira russa.
Apesar da ofensiva, o crescimento potencial da Otan é um exemplo de como a decisão do presidente Vladimir Putin. de invadir a Ucrânia, saiu pela culatra. O líder russo descreveu a expansão da Otan para o leste como uma das razões pelas quais ele se sentiu compelido a enviar tropas e tanques para a Ucrânia, mas em vez de fraturar a aliança ocidental, a agressão da Rússia até agora a fortaleceu.