O Ibama e o Instituto Brasília Ambiental fazem, na manhã desta terça (18), uma operação na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na capital federal. A operação faz parte de uma investigação que apura supostas irregularidades na criação de pássaros silvestres na casa do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.
Em fevereiro, Torres já tinha sido multado em R$ 54 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por conta das irregularidades. À ocasião, o órgão encontrou cerca de 60 aves silvestres criadas irregularmente (veja mais abaixo).
Torres está preso desde 14 de janeiro. Ele é investigado por suspeita de omissão durante os atos golpistas cometidos por bolsonaristas radicais em Brasília, no dia 8 de janeiro. À época, ele era secretário de Segurança do DF no início do ano. Torres nega as acusações.
A defesa do ex-ministro não havia se manifestado sobre a operação até a última atualização desta reportagem. À ocasião da multa pelo Ibama, os advogados afirmaram que ele tem documentos para mostrar que a criação é legal.
Irregularidades
Em fevereiro, o Ibama afirmou ter encontrado cerca de 60 aves na propriedade de Anderson, uma delas com a pata mutilada.
O órgão disse ainda ter localizado informações inconsistentes no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass).
O ex-ministro afirmou, pelo sistema, que havia transferido todo o grupo de animais para sua mãe, mas ambos informavam o mesmo endereço no registro de criação. O Ibama ainda disse que ambos teriam ultrapassado o limite de transferência de animais estabelecido para criadores amadores.
Segundo o Ibama, Torres responde por utilizar animais em desacordo com a autorização obtida, pela inserção de dados falsos no sistema e por mutilação.