Piora da percepção sobre o cenário fiscal interno e menor entrada de fluxo estrangeiro também prejudicam semestre da Bolsa
O Globo – O Ibovespa fechou em forte baixa ante o real nesta quinta-feira, acompanhando o movimento negativo das bolsas nos EUA e na Europa.
Assim como em outros pregões, os receios com uma possível desaceleração da economia global voltaram a estimular um movimento vendedor de ações. A baixa das commodities intensificou a queda da nossa Bolsa.
O principal índice da B3 caiu 1,08%, aos 98.542 pontos. Em junho, ocorreu baixa de 11,50%, a maior para um mês desde março de 2020, quando o Ibovespa caiu 29,90%.
No ano, há queda de 5,99%
– A queda desse mês está mais ou menos em linha com as bolsas lá fora, mas há uma série de fatores impactando o Ibovespa, como os riscos de recessão econômica, preços de commodities caindo e fluxo de capital estrangeiro mais fraco – avalia a estrategista de ações da XP, Jennie Li.
O movimento do câmbio também foi influenciado pela formação da Ptax do fim do mês, taxa calculada pelo BC com base nas cotações praticadas pelo mercado.
No fim de cada mês, os agentes tentam direcioná-la para valores mais convenientes às suas posições.
A moeda americana teve alta de 0,78%, a R$ 5,2327. Com isso, o dólar subiu 10,13% ante o real em junho. É a maior alta para um mês desde março de 2020, quando subiu 16%. No ano, a divisa ainda cai 6,14%.
– Tem um fator global bem grande, com a puxada de juros dos EUA, com esse temor de recessão mais à frente e as últimas notícias sobre os temas locais não foram boas – disse o gestor de moedas da ACE Capital, Daniel Tatsumi.