Moeda norte-americana teve a maior valorização percentual diária desde o dia 2 de agosto, revertendo as perdas dos últimos dias
Nesta terça (13), o Ibovespa encerrou o dia com queda de 2,3%, cotado aos 110.793,96 pontos. O resultado é reflexo do desempenho negativo de bolsas no exterior após a indicação de inflação nos Estados Unidos surpreender o mercado e o reforçar apostas em alta de juros agressivas no país, o que é negativo para a renda variável.
O dólar foi valorizado a 1,80%, chegando a R$ 5,19. Essa foi a maior valorização percentual diária desde o dia 2 de agosto, quando foi de 1,93%.
Nesta terça-feira, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de agosto desacelerou no acumulado de 12 meses para 8,3%, mas teve variação mensal positiva de 0,1%, enquanto o núcleo subiu. O dado frustrou o mercado, que projetava deflação de 0,1% na comparação mensal, e agora espera uma política monetária do Federal Reserve ainda agressiva.
Após a última decisão do Fed, o mercado estava dividido entre uma alta de 0,50 ponto percentual e 0,75 p.p. Após discurso de Powell em tom mais duro no início do mês, a expectativa passou para uma terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual na reunião do FOMC em setembro. Agora, um aumento de 1 ponto percentual nos juros americanos começa a ganhar mais força, apesar de o consenso ainda ser de uma subida de 0,75 p.p.
Na segunda-feira (12), o dólar caiu 0,93%, aos R$ 5,098. Já o Ibovespa teve alta de 0,98%, aos 113.406,55 pontos.
Sentimento global
A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.
O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.
Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. O cenário, entretanto, pode mudar dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:
Maiores altas
- MRV (MRVE3): 0,9%
- BB Seguridade (BBSE3): 0,67%
Maiores baixas
- Hapvida (HAPV3): 6,71%
- Grupo Natura (NTCO3): 6,49%
- Qualicorp (QUAL3): 6,15%
- BRF (BRFS3): 5,77%
- Dexco (DXCO3): 5,56%