Numa indicação que apresentou na Câmara, o deputado federal Delegado Fabio Costa (PP/AL) fez um pedido oficial ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para que o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde ofereçam aos usuários e clientes o exame PrecivityAD2 para diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer.
O procedimento detecta, a partir da análise do plasma sanguíneo, níveis de proteínas que estão relacionadas à doença: a beta-amiloide, a tau e a tau fosforilada. E é capaz de atestar mínimas variações nessas proteínas, que mostram, por meio de marcadores precisos, o diagnóstico e a evolução do Alzheimer.
De acordo com o deputado, o PrecivityAD2 é quase três vezes mais barato que o PET amiloide, outro exame que detecta a doença, mas que custa cerca de R$ 9 mil e é considerado o padrão-ouro para a identificação e o estágio clínico.
“Também é menos invasivo do que o teste de líquor (de custo semelhante ao PrecivityAD2), que depende de uma punção lombar com agulha em ambiente controlado e coleta do líquido que banha a medula espinhal. Portanto, um simples exame de sangue – rápido, seguro e não invasivo – pode ser utilizado para diagnóstico precoce de uma condição clínica séria como a Doença de Alzheimer, o que proporciona a indicação tempestiva do tratamento mais adequado, incrementando bastante o prognóstico clínico e evitando complicações e condições de manejo oneroso e desgastante”, argumentou Fabio Costa.
O novo exame, mesmo se mostrando eficaz e prático, não está disponível para os usuários do SUS e nem para os clientes de plano de saúde. Para que fosse ofertado, deveria estar elencado na lista de procedimentos e eventos em saúde do SUS e da ANS, o que ainda não ocorreu. Atualmente, ele só é feito em clínicas particulares no Brasil, sendo o paciente responsável pelo custo (uma média de R$ 3.500).
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e de desfecho fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, pelo comprometimento progressivo das atividades de vida diária e por uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.
Com a evolução da doença, há prejuízo no reconhecimento de estímulos sensoriais, no pensamento abstrato e em operações triviais, como a deglutição e a marcha. Ela é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população.
Apesar de atualmente ser uma doença incurável, novos e promissores medicamentos têm sido desenvolvidos para tentar impedir sua evolução clínica e garantir o bem-estar dos pacientes. Há um entendimento se consolidando entre os especialistas de que o diagnóstico precoce da Doença de Alzheimer é importante para o tratamento.