CNN | No ano IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — índice oficial da inflação do país —, desacelerou para 0,23% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (7). Em abril o IPCA marcou alta de 0,61%, desacelerando em relação ao 0,71% de março. Em maio de 2022, a variação da inflação havia sido de 0,47%.
Nos cinco meses de 2023 a alta acumulada do IPCA é de 2,95% e de 3,94% nos últimos 12 meses.
Com o resultado de maio, a inflação de 12 meses se aproxima da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2023, a meta de inflação é de 3,25%, definida em junho de 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Assim, para ficar dentro da meta o IPCA pode ficar entre 1,75% e 4,75%.
Os grupos de Transportes (-0,57%) e de Artigos de residência (-0,23%) foram os únicos a registrarem queda no IPCA de maio. No primeiro, destacam-se os recuos nos preços das passagens aéreas (-17,73%), além do resultado de combustíveis (-1,82%), por conta das quedas do óleo diesel (-5,96%), da gasolina (-1,93%) e do gás veicular (-1,01%).
A desaceleração do índice em maio também foi influenciada pelo resultado do grupo de Alimentação e bebidas, que passou de 0,71% em abril para 0,16% em maio, explica André Almeida, analista da pesquisa, em nota à imprensa. “Trata-se do grupo com maior peso no índice, o que acaba influenciando bastante no resultado geral”.
O principal destaque foi na alimentação no domicílio, que passou de 0,73% no mês anterior para uma estabilidade em maio. O grupo registrou queda nos preços das frutas (-3,48%), do óleo de soja (-7,11%) e das carnes (-0,74%).
Por outro lado, a alta teve como destaque a inflação do tomate (6,65%), do leite longa vida (2,37%) e do pão francês (1,40%). “Nos casos do tomate e do leite, os aumentos de preço estão relacionados a uma menor oferta”, explica Almeida.
Entre os demais seis grupos, todos apresentaram alta nos preços. A inflação em Saúde e cuidados pessoais teve o maior impacto (0,12 ponto) e a maior variação (0,93%) com destaque para plano de saúde (1,20%) e itens de higiene pessoal (1,13%), com especial influência para a alta do subitem perfumes (3,56%).
Também os produtos farmacêuticos, com alta de 0,89%, contribuíram para o resultado, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.
Já o grupo Habitação, com alta de 0,67%, contribuiu para a alta IPCA de maio. “Houve influência dos preços da água e esgoto e da energia elétrica, que registraram reajustes em algumas capitais”, justifica o analista da pesquisa.
A maior contribuição (0,05 ponto ) veio da taxa de água e esgoto, com variação de 2,67%, devido a reajustes aplicados em seis áreas de abrangência do índice (Recife, São Paulo, Aracaju, Curitiba, Belém e Goiânia). Já a variação de energia elétrica residencial, de 0,91%, contribuiu com 0,04 ponto, muito por conta de reajustes aplicados em seis áreas capitais (Salvador, Recife, Fortaleza, Campo Grande, Belo Horizonte e Aracaju).
Em relação aos índices regionais, somente uma área apresentou deflação no IPCA de maio: São Luís (-0,38%), influenciada pelas quedas de 7,63% no frango inteiro e de 5,87% na gasolina. A maior variação foi em Fortaleza (0,56%), com especial contribuição dos subitens jogos de azar (12,18%) e de energia elétrica residencial (3,71%).
Também foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A variação em maio foi de 0,36%, abaixo do registrado em abril (0,53%). No ano, o INPC acumula alta de 2,79% e, nos últimos 12 meses, de 3,74%. A taxa de maio de 2022 foi de 0,45%.
O INPC mostra que os produtos alimentícios subiram 0,16%, após alta de 0,61% em abril. Já os produtos não alimentícios registraram alta de 0,43%, desacelerando em relação ao resultado de 0,50% de abril.