O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação brasileira, subiu 0,71% em março em comparação com fevereiro de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número é abaixo do projetado pelo mercado.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,09% até março. Em 12 meses, o índice acumula avanço de 4,65%.
A mediana das projeções de 36 instituições ouvidas pelo Valor apontavam para uma alta de 0,77% em março. As estimativas variavam de 0,69% a 0,85%. Em 12 meses, a expectativa mediana era de 4,71%, com as previsões variando de 4,63% a 4,8%.
O índice mostrou uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o IPCA teve alta de 0,84%. Na ocasião, o número veio acima do esperado pelo mercado.
O que encareceu mais?
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta em março. A exceção foi Artigos de residência, que caiu 0,27% após subir 0,11% em fevereiro.
O maior impacto e a maior variação do mês vieram de Transportes, que subiu 2,11%, puxado especialmente pela alta da gasolina. O subitem subiu 8,33% no mês. O etanol, por sua vez, subiu 3,20%. Já o gás veicular e o óleo diesel caíram 2,61% e 3,71%, respectivamente. As passagens aéreas, que recuaram 9,38% no mês anterior, voltaram a cair em março, com um recuo de 5,32%.
Além de transportes, as maiores altas vieram dos itens de Saúde e cuidados pessoais (com avanço de 0,82%) e Habitação ( alta de 0,57%). Os grupos, no entanto, mostraram uma desaceleraram ante o mês anterior.
Na Saúde e cuidados pessoais, a maior influência veio do aumento dos planos de saúde, que subiram 1,20%. Já na Habitação, a maior contribuição veio da energia elétrica residencial, com alta de 2,23% no mês.
Os demais grupos ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação.
No grupo que reúne Alimentação e bebidas a maior influência foi a queda da alimentação no domicílio, que passou de um avanço de 0,04% em fevereiro para queda de 0,14% em março.
Entre os itens que mais baratearam estão a batata-inglesa (-12,80%) e o óleo de soja (-4,01%). Também foram registrados recuos nos preços da cebola (-7,23%), do tomate (-4,02%) e das carnes (-1,06%).
Por outro lado, o que mais encareceu a cenoura (28,58%) e o ovo de galinha (7,64%).
A alimentação fora do domicílio, por outro lado, ficou mais cara e subiu 0,60%, acima do registrado no mês anterior ( quando teve alta de 0,50%). O lanche acelerou de 0,57% para 1,09%. Já a refeição (0,41%) ficou com resultado próximo ao de fevereiro (0,38%).