Em uma das declarações mais contundentes desde o início do conflito no Oriente Médio, o Papa Francisco classificou a guerra entre Israel e o Hamas como “terrorismo”. Durante a audiência semanal na Praça São Pedro, no Vaticano, o pontífice destacou que, embora ambos os lados estejam sofrendo, as ações ultrapassaram os limites de uma guerra convencional.
“Ambos os lados estão sofrendo. É isto que as guerras fazem. Mas, neste caso, fomos além das guerras. Isto não é guerra. Isto é terrorismo”, afirmou o papa. A declaração veio após um encontro separado com parentes de reféns do Hamas e vítimas de bombardeios em Gaza.
Durante a audiência, o pontífice fez um apelo emocional, pedindo que ambos os lados evitem seguir adiante com paixões que, no final, resultam na perda de vidas. Mais tarde, nas redes sociais, Francisco reforçou a necessidade de diálogo e negociação em vez de um aumento no número de vítimas.
“O povo palestino e o povo de Israel têm o direito de viver em paz: dois povos irmãos. Rezemos juntos pela paz na Terra Santa, para que as diferenças se resolvam com diálogo e negociação, e não com uma montanha de mortos”, escreveu o papa.
Em resposta ao discurso, o embaixador de Israel no Vaticano, Raphael Schutz, destacou uma diferença fundamental entre os dois lados do conflito, argumentando que Israel está envolvido em uma guerra de autodefesa, enquanto acusa o outro lado de assassinato e estupro.
Na terça-feira (21), Israel e Hamas anunciaram um acordo, o primeiro desde o início do conflito, visando libertar parte dos reféns. Em contrapartida, Israel concordou com uma trégua nos ataques à Faixa de Gaza e a liberação de prisioneiros palestinos. O acordo, mediado pelos Estados Unidos, prevê a libertação gradual de 50 reféns pelo Hamas e uma pausa de quatro dias nos ataques israelenses, além da soltura de 150 palestinos detidos em prisões israelenses.