Presidente pressionou para Tribunal não ter apoio e deixar de trazer delegação. Outras missões internacionais estarão no país para acompanhar o pleito.
O Tribunal Superior Eleitoral não recebeu apoio do Itamaraty para um convite à União Europeia para uma missão, com o objetivo de atuar como observador das eleições deste ano. De acordo com a jornalista Andréia Sadi, a falta de apoio partiu de uma pressão de Jair Bolsonaro (PL).
Sem o apoio do Ministério da Relações Exteriores, o TSE acabou recuando com o convite. Integrantes do Tribunal se mostraram surpresos com o comportamento do ministério, entendendo que Bolsonaro não quer integrantes da União Europeia no país.
Apesar da organização do Velho Continente não participar, o TSE confirmou as missões da Organização dos Estados Americanos (OEA), do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e da Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em outubro.
Sobre a União Europeia, a Justiça Eleitoral confirma ter feito reuniões, mas que “o diálogo não prosperou” e “constatou que não estavam presentes todas as condições necessárias para viabilizar uma missão integral de observação eleitoral”, conforme nota.
“Nos próximos meses, se for verificada a necessidade e o interesse de ambos os lados, poderá haver uma participação mais reduzida e de caráter técnico de membros da União Europeia no período eleitoral”, diz o TSE.
Seria a primeira vez que a União Europeia participaria como observador na eleição em que Bolsonaro busca sua reeleição.
Após ser divulgado que os europeus poderiam enviar uma missão ao país, o Ministério das Relações Exteriores fez críticas ao convite ao dizer que o Brasil nunca teve eleições “avaliadas por uma organização internacional da qual não é membro”.