É a primeira vez que o presidente norte-americano usa o termo em relação ao líder russo e aos ataques feitos contra o território ucraniano
Com o passar do tempo e da guerra, o clima vai esquentando entre os líderes políticos mundiais. Até então, o termo não era usado pelas autoridades americanas, mas o presidente Joe Biden, nesta terça (12), acusou o presidente russo Vladimir Putin de genocídio na Ucrânia.
De acordo com o presidente norte-americano, Putin tenta “acabar com a ideia de até mesmo ser ucraniano”. As declarações foram dadas em um evento em Iowa. Biden disse: “O orçamento familiar e a capacidade de encher o tanque de uma pessoa: nada deve depender de um ditador declarar guerra e cometer genocídio a meio mundo de distância”.
Questionado sobre o assunto, Biden voltou a chamar o que acontece na Ucrânia como genocídio. “Sim, eu chamei essa situação de genocídio, porque está cada vez mais claro que Putin tenta acabar com a ideia de ser ucraniano. As evidências estão aumentando”.
“Surgem cada vez mais evidências das coisas horríveis que os russos fizeram na Ucrânia. E, agora, vamos saber mais e mais sobre a devastação. Os advogados vão decidir, internacionalmente, se a situação se qualifica ou não (como genocídio), mas tenho certeza de que parece assim para mim”, concluiu o norte-americano.
Após as declarações de Biden, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiou o político norte-americano.
“Verdadeiras palavras de um verdadeiro líder Joe Biden. Chamar as coisas pelos seus nomes é essencial para enfrentar o mal. Somos gratos pela assistência dos EUA fornecida até agora e precisamos urgentemente de mais armas pesadas para evitar mais atrocidades russas”, escreveu Zelensky no Twitter.
Em fevereiro, no início da invasão russa, o Tribunal Penal Internacional, em Haia, decidiu conduzir investigações sobre a guerra. Segundo o promotor responsável pela apuração, há “base razoável para acreditar que tanto supostos crimes de guerra quanto crimes contra a humanidade foram cometidos na Ucrânia”.
A Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948, definiu como genocídio “qualquer um dos seguintes atos cometidos com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Enquanto isso, Putin praticamente condenou qualquer chance de um acordo de paz com os ucranianos, ao afirmar que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelemsky, “fabrica” provas de supostos crimes de guerra. O líder russo ressaltou que os objetivos do conflito são “claros e nobres”, e prometeu que tropas russas vão alcançá-los na Ucrânia.