Atletas se demonstraram contra as medidas tomadas pelo governo nos últimos meses, desde a morte da jovem Mahsa Amini.
Poucos momentos antes de sua estreia na Copa do Mundo, contra a Inglaterra, os jogadores do Irã se recusaram a cantar o hino nacional de seu país em forma de protesto e apoio aos manifestantes que tomaram conta do país.
Todos os 11 jogadores titulares ficaram em silêncio enquanto o hino era tocado no Khalifa International Stadium.
Mais de dois meses de protestos em todo o país, desencadeados pela morte de uma jovem sob custódia da polícia moral, Mahsa Amini, está entre os desafios mais difíceis para os líderes clericais do Irã desde a Revolução Islâmica de 1979.
Caso Mahsa Amini
O país vive a maior onda de protestos de sua história, que eclodiram em reação ao caso da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que apareceu morta após ser presa pela chamada polícia dos bons costumes do país por “uso inadequado” do véu islâmico, obrigatório no Irã.
Desde o início das manifestações no Irã, em setembro, cerca de 380 pessoas morreram, incluindo pelo menos 47 crianças, segundo a Iran Human Rights Watch, a principal organização de monitoramento das manifestações.
As reivindicações, contra a repressão às mulheres, rapidamente se tornaram o maior movimento para desafiar a República Islâmica desde a sua proclamação em 1979.
Desde o começo dos protestos, o governo vem respondendo com forte repressão às manifestações. Entre os 380 mortos, 47 eram crianças, segundo disse o diretor da Iran Human Rights Watch, Mahmood Amiry-Moghadda, à agência de notícias France Presse.