Porta-voz do governo russo comentou que as medidas tomadas pelo país nórdico são motivo de arrependimento e devem ser respondidas
G1 – O Kremlin disse nesta quinta-feira (12) que a decisão da Finlândia de ingressar na Otan era “definitivamente” uma ameaça à Rússia e que a expansão do bloco militar não tornaria a Europa ou o mundo mais estáveis.
Falando a repórteres em uma teleconferência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as medidas tomadas pela Finlândia para ingressar na Otan são motivo de arrependimento e motivo para impor uma resposta à altura.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia também se manifestou.
“A adesão da Finlândia à Otan é uma mudança radical na política externa do país”, disse o Ministério em comunicado.
“A Rússia será forçada a tomar medidas de retaliação, tanto de natureza militar-técnica quanto de outra natureza, a fim de impedir que surjam ameaças à sua segurança nacional”.
Ele informou também que esse movimento poderá mudar toda a forma como a Rússia executa suas políticas externas.
O presidente e primeiro-ministro da Finlândia disseram na quinta-feira que seu país deve acelerar o processo de ingressão na aliança militar da Otan “sem demora”.
Questionado se isso representava uma ameaça para a Rússia, Peskov respondeu: “Definitivamente. A expansão da Otan não torna nosso continente mais estável e seguro”.
Ele também disse que a Finlândia aderiu a “medidas hostis” contra a Rússia.
“Tudo dependerá de como esse processo de expansão da OTAN (na OTAN) se desenrolar, até que ponto a infraestrutura militar se aproxima de nossas fronteiras”, disse Peskov quando perguntado sobre as formas de resposta russas.
Antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, a Finlândia mantinha, desde a Segunda Guerra Mundial, uma política de neutralidade em relação à Rússia, com a qual compartilha uma fronteira de 1.340 km (830 milhas).
O país provavelmente se juntará à Otan este ano, ao lado de sua vizinha Suécia, outra potência tradicionalmente neutra que anteriormente se absteve de ingressar na aliança liderada pelos EUA.