Pedido de um cessar-fogo imediato na Ucrânia foi feito durante um telefonema entre os chefes de estado
CNN – Os líderes da Alemanha e da França mantiveram um telefonema com Vladimir Putin neste sábado (28), no qual pressionaram o presidente russo a concordar com um cessar-fogo imediato na Ucrânia e retirar as tropas russas do país, disseram autoridades alemãs.
O chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macronconversaram com Putin por 80 minutos “por iniciativa deles”, segundo a assessoria de imprensa do governo alemão.
“A chanceler alemã e o presidente francês pediram um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas. Eles pediram ao presidente russo que se envolvesse em sérias negociações diretas com o presidente ucraniano e encontrasse uma solução diplomática para o conflito”, disse o comunicado do governo alemão.
Um comunicado do escritório presidencial francês, o Palácio do Eliseu, disse: “Qualquer solução para a guerra deve ser negociada entre Moscou e Kyiv”.
Na ligação, Macron e Scholz também pediram a libertação de cerca de 2.500 defensores de Azovstal que foram feitos prisioneiros de guerra pelas forças russas, disse a leitura francesa, em referência às forças ucranianas que foram capturadas após defender a siderúrgica Azovstal em Mariupol por semanas.
Além disso, os dois líderes instaram Putin a suspender o bloqueio de Odesa para permitir a exportação de grãos ucranianos através do Mar Negro, a fim de evitar uma crise alimentar mundial, segundo o comunicado.
O porta- voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na sexta-feira (27) que as negociações entre a Rússia e a Ucrânia foram congeladas. Ele também acusou Kyiv de fazer declarações “contraditórias” que Moscou não entendeu.
Um dia antes, Peskov disse que Moscou espera que Kiev aceite o status quo e atenda às suas demandas territoriais, após comentários do ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger que pareciam sugerir que a Ucrânia tem que concordar em entregar a Crimeia e grande parte da região de Donbas à Rússia.
Em entrevista à Reuters no último dia 23, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak descartou concordar com um cessar-fogo com a Rússia e disse que Kyiv não aceitaria nenhum acordo com Moscou que envolvesse a cessão de território.