Truss descartou o aumento de impostos, mas defendeu a redução do papel do Estado na economia.
G1 – Liz Truss foi anunciada nesta segunda-feira (5) como a nova chefe do Partido Conservador britânico e, por consequência, nova primeira-ministra do Reino Unido. Ela teve mais de 81 mil votos válidos (57,4%), enquanto Rishi Sunak teve pouco mais de 60 mil (42,6%).
Admiradora da primeira-ministra Margaret Thatcher, a quem interpretou quando criança em uma peça no colégio, Elizabeth “Liz” Truss espera agora seguir seus passos como a terceira mulher a chefiar o governo no Reino Unido. Ela ficará a frente do país até as próximas eleições, previstas para 2024.
Ela venceu Rishi Sunak na última fase da eleição interna do Partido Conservador. Sunak foi ministro da economia do governo de Boris Johnson, é descendente de indianos e deixou uma lucrativa carreira em finanças, que incluiu passagens pelo Goldman Sachs e pelo fundo de hedge TCI, para se tornar parlamentar em 2015.
Discurso de posse
Após ser anunciada como a próxima primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss subiu ao palco do evento mobilizado pelo Partido Conservador para falar sobre os seus planos e agradecer aos apoiadores.
“Amigos e colegas, obrigado por depositar sua fé em mim para liderar nosso grande Partido Conservador, o maior partido político da Terra. É uma honra ser líder desse partido”, disse ela.
Liz aproveitou o momento para parabenizar seus concorrentes, agradecer sua família e a Boris Johnson.
“Boris, você conseguiu o Brexit. Você esmagou Jeremy Corbyn, você lançou a vacina. E você enfrentou Vladimir Putin. Você foi admirado de Kyiv a Carlisle”, declarou.
Primeiras promessas
Tendo em vista os próximos dois anos que precedem as eleições de 2024, Liz Truss prometeu um planejamento mais ousado e efetivo.
“Vou entregar um plano ousado para cortar impostos e crescer nossa economia. Vou responder à crise energética, lidando com as contas de energia das pessoas, mas também lidando com as questões de longo prazo que temos sobre o fornecimento de energia”, disse ela.
Plano de governo
Liz Truss disse durante sua campanha para o cargo de premiê que pretende cortar alguns impostos dando mais ênfase nas costas de energia que só aumentam no país.
Ela defende também a política de zero líquido, onde pretende diminuir a necessidade do Reino Unido sobre as energias não renováveis, em especial variante do petróleo.
Como funciona a eleição
O líder do Partido Conservador, que tem maioria no parlamento britânico, também assume o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido.
São feitas diversas rodadas de votação entre os deputados conservadores. A cada uma delas, os menos votados são eliminados da disputa. Essa fase aconteceu em julho.
Na etapa final, entre os dois candidatos finalistas, todos os membros do partido podem participar da escolha e os votos são enviados pelo correio.
A entrega do cargo
Na terça-feira (6), em uma ruptura com a tradição, a nomeação do novo primeiro-ministro não será no Palácio de Buckingham, em Londres. Ela acontecerá no Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a Rainha Elizabeth passa seus verões.
A monarca de 96 anos teve que reduzir suas aparições públicas este ano devido a problemas de mobilidade episódica e não viajará para Londres.
Espera-se que Johnson faça uma declaração fora de Downing Street na manhã de terça-feira antes de viajar para a Escócia para apresentar sua renúncia à rainha, esperada por volta do meio-dia (7h no horário de Brasília).
O vencedor da eleição se reunirá com a rainha e será oficialmente convidado a formar um governo.
Uma vez que o novo primeiro-ministro tenha sido nomeado, a Circular da Corte, o registro oficial dos compromissos reais, registrará que “o primeiro-ministro beijou as mãos na nomeação”.
A Rainha Elizabeth teve 14 primeiros-ministros durante seus 70 anos de reinado.
Novo governo
O novo primeiro-ministro volta para Londres para fazer um discurso em Downing Street, por volta das 16h (12h no horário de Brasília).
O novo primeiro-ministro nomeará um gabinete e a nova equipe de ministros se reunirá na manhã de quarta-feira antes que o novo primeiro-ministro chegue à Câmara dos Comuns, onde será submetido a uma sabatina com o líder da oposição, Keir Starmer, do Partido Trabalhista.