Petista diz que, se eleito, vai rediscutir parceria entre blocos; para ex-presidente, acordo fechado após 20 anos de negociações “não respeita aquilo que é o desejo do Brasil”
Nesta segunda (22) o ex-presidente e atual candidato à novo mandato, Lula afirmou que irá rediscutir o acordo entre Mercosul e a União Europeia caso seja eleito em outubro. Fechado em 2019, o candidato do PT afirmou que “não é o desejo do Brasil” a consolidação desse acordo.
Mesmo fechado em 2019, o acordo ainda não entrou em vigor. A parceria prevê mudanças tarifárias entre os dois dos maiores blocos econômicos do mundo. Para que seja realmente iniciado, é preciso que os parlamentos de todos os países envolvidos aprovem.
“O acordo não é válido porque ele não foi sequer concretizado em plenitude. O Brasil não é obrigado a concordar com um acordo que não respeita aquilo que é o desejo do Brasil.”, disse Lula em entrevista para veículos estrangeiros.
Lula afirmou que, para que o acordo dê certo, todos precisam “ganhar” alggo. Sua principal crítica é que o Brasil não pode abrir mão de sua reindustrialização no processo.
“O que nós queremos é sentar com a União Europeia e discutir, em função da necessidade da União Europeia e da necessidade nossa, os direitos que cada um tem. Negociação tem que ser uma coisa que todos ganham. Não pode ser uma coisa em que um ganha e outro não ganha. O que nós queremos na discussão com a Europa é não abrir mão do nosso interesse de nos reindustrializar”, afirmou o petista.
Entre as medidas previstas pelo acordo estão a retirada de tarifas sobre 91% dos produtos que a União Europeia exporta para o Mercosul num período de 10 anos e, em sentido contrário, a retirada de tarifas de 92% dos produtos que o Mercosul exporta para a União Europeia num período de 10 anos.