O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou de um ato político em apoio ao ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), na comunidade de Heliópolis, a maior favela de São Paulo. Haddad será lançado pelo partido para concorrer ao cargo de governador do estado.
Na ocasião, Lula afirmou que uma de suas maiores tristezas foi a eleição de João Doria (PSDB) para prefeito da capital paulista em 2016. Ele também não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos seus aliados, como o ex-deputado Arthur do Val (União Brasil), o Mamãe Falei, que perdeu o mandato ao ter áudios vazados onde ele falava que as mulheres ucranianas, refugiadas da guerra com a Rússia, eram fáceis.
“Se você não analisar o histórico das pessoas, a vida das pessoas, o que que eles fizeram, pode sempre tá colocando uma raposa para tomar conta das galinhas, achando que a raposa vai criar as galinhas. Ela não vai, vai comer as galinhas. Se a gente não olha os deputados que a gente vota, a gente não olha os vereadores que a gente vota, pode votar de forma equivocada, acreditando nas bobagens que se fala pelo mundo. Eu, uma vez, falei para o Haddad: ‘Uma das maiores tristezas que eu tive nesse país era a gente ter o Haddad candidato a prefeito, o Chalita (ex-deputado Gabriel Chalita), candidato a vice do Haddad. O povo de São Paulo votou em João Doria. Qual é o critério que induz a pessoa eleger alguém que é uma pessoa que não tem passado, nem presente e certamente não tem futuro político?’”, questionou o petista.
Lula também aproveitou a oportunidade para chamar Bolsonaro de “estimulador do ódio, da discórdia”, além de “uma pessoa que não prega nenhum sentimento de paz e vive enganando muita gente boa da igreja evangélica”.
Haddad, por sua vez, apontou que muito da experiência de organização social é aprendida na prática dentro da favela. “Eu dou aula de ciência política, uma das coisas que a gente aprende é o significado de democracia, mas tem que vir aqui. Aqui se aprende organização de base social que, a partir de uma construção coletiva, pressiona os governantes”.