ESTADÃO | O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreou nesta terça-feira, 13, o programa “Conversa com o Presidente”, uma live em que é entrevistado pelo jornalista Marcos Uchôa, ex-Globo, hoje na TV Brasil. A iniciativa reproduz prática adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas “lives de quinta-feira” e reforça a ofensiva na comunicação de ações positivas do governo. O petista deu recados para o agronegócio, defendeu uma reforma agrária “pacífica” e fez cobranças para entregas dos ministros. Os recentes atritos com o Centrão e as pressões para mudanças na Esplanada ficaram de fora.
Em um aceno à classe média, o presidente prometeu ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias dessa faixa de renda.
O “Conversa com o Presidente” foi veiculado no canal oficial do presidente no YouTube, com cerca de 1,3 milhão de seguidores ativos. A transmissão, marcada para 8h30, começou com um pequeno atraso de sete minutos. O pico de pessoas assistindo ao vivo foi de cerca de 5,8 mil espectadores.
Lula afirmou que “nunca teve problema” com o agronegócio e atribuiu uma possível resistência do setor ao seu governo a divergências ideológicas. O petista trava relação tensa com alguns segmentos desde que tomou posse neste seu terceiro mandato, em especial o dos produtores rurais.
“Governei oito anos esse País. Eles sabem tudo o que fizemos nesse País, eles sabem da responsabilidade com o salto de qualidade que tivemos no agronegócio por causa do financiamento que nós fazíamos. Eles sabem que, do ponto de vista econômico, eles não tem problema conosco, do ponto de vista de financiamento. O problema pode ser ideológico. Se for ideológico, paciência, nós vamos estar em campos ideológicos diferentes”, disse.