Durante interrogatório ao ser presa, acusada disse que viajou até Goiânia (GO) com objetivo de comprar armamento; Vítimas tinham 6 e 10 anos
Metrópoles – Izadora Alves de Faria, de 30 anos, presa após confessar o assassinato das duas filhas, relatou em interrogatório para a Polícia Civil que chegou a planejar o crime durante meses e que até viajou para tentar comprar uma arma de fogo legalizada.
Maria Alice, de seis anos, e Lavínia, de 10, foram mortas pela própria mãe na última terça-feira (27) em Edéia (GO), no sul de Goiás. Izadora confessou que afogou, deu eletrochoques e esfaqueou as duas meninas. Após o crime, a mulher fugiu e foi presa pela PM em um matagal, próximo de um córrego, ainda na noite de terça.
“Há aproximadamente três meses a interroganda foi até a cidade de Goiânia para tentar comprar uma arma de fogo legalizada; que não chegou a fazer o procedimento completo para compra da arma; que a intenção era utilizar essa arma para matar as filhas e se suicidar pois achava que com arma de fogo seria mais rápido”, informou trecho do interrogatório.
Exame de insanidade
Izadora deu sua versão sobre a motivação do crime. Ela disse que mantinha um relacionamento com o companheiro, e pai das crianças, desde a adolescência.
No entanto, o casal estaria tendo problemas. Ela alegou que seria obrigada a ter relações sexuais com ele e que o esposo teria ameaçado abusar das crianças. Por causa dessa situação, a mãe disse que dormia sozinha em um colchão no chão da sala.
Durante interrogatório, Izadora disse que “matou as filhas como forma de libertá-las do que estavam vivendo; que acredita que poupou e fez bem para as filhas, matando-as para pararem de sofrer”.
A defesa de Izadora na audiência de custódia, em que foi mantida a prisão, pediu que fosse realizado um exame de insanidade mental na mãe, mas o juiz pediu que isso fosse feito após a conclusão da investigação.
Tentativas de matar
No mesmo interrogatório para a Polícia Civil, Izadora disse que esperou o marido sair para começar uma série de tentativas de matar as duas filhas. As garotas teriam muita confiança na mãe e por isso não teriam tentado fugir.
Izadora disse que primeiro deu suco com veneno de rato para as filhas, mas como não viu efeito da substância, tentou afogar a mais nova em um balde no banheiro. A menina teria questionado: “Para que isso? Para que isso?”
Sem conseguir cometer o homicídio, pois a criança se debatia, Izadora levou as duas filhas para uma caixa d’água que estava sobre o chão do quintal, na parte de frente da residência. Essa caixa estava cheia e era usada normalmente como piscina para refrescar nos dias de calor.
A mãe disse que colocou as duas vítimas dentro da caixa d’água e jogou eletrodomésticos ligados à tomada na água: um ventilador e duas chapinhas. As duas teriam começado a chorar e gritar, dizendo que estava doendo, mas não morriam, segundo relato da mãe.
Izadora disse que então afogou a filha mais nova até ficar inconsciente e a mais velha em seguida. Por fim, colocou as meninas em um colchão, deu golpes de faca no peito de cada uma e cobriu com um cobertor, fugindo a seguir. O pai já encontrou as filhas mortas.
Fuga e prisão
Quando a PM encontrou Izadora em uma grota, horas após o crime, ela estava bastante debilitada e ferida, necessitando inclusive de atendimento médico.
Isso aconteceu, porque a mãe das crianças se cortou com a mesma faca que atingiu as filhas. Ela se cortou várias vezes na tentativa de se matar e ainda tomou veneno.