Ex-ministro da Fazenda diz que petista governará sem radicalismos
Em um almoço com empresários, o ex-ministro da Fazendo, Guido Mantega, elogiou o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
“O Banco Central de agora está tendo um desempenho melhor do que na nossa época”, afirmou.
O elogio à Campos Neto foi feito pela maneira certa de agir ao baixar a taxa de juros durante a crise econômica, diz Mantega. No tempo em que estava no Ministério, Mantega viu Henrique Meirelles, presidente do BC em 2008, aumentar a taxa de juros na crise daquele ano.
“Roberto Campos é melhor do que o Meirelles”, afirmou ele, segundo um dos empresários presentes ao almoço.
Mantega foi o mais longevo comandante da economia na história do Brasil, ocupando Ministério da Fazenda (hoje da Economia) de março de 2006 a janeiro de 2015, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Antes, ele presidiu o BNDES, na primeira gestão do petista.
No almoço, organizado na casa de João Carlos Camargo, presidente do Esfera Brasil, Guido foi questionado por um dos empresários se, em outubro, o país teria que escolher entre o socialismo e o capitalismo. Mantega logo respondeu que não, que o PT fez concessões e parcerias público-privadas.
Afirmou que Lula tem repetido ser necessário melhorar as condições de vida da população –e que isso é feito ajudando as empresas a criarem empregos, e não estatizando.
Afirmou ainda que o governo de Lula será de centro –reforçando que o ex-governador Geraldo Alckmin, que será candidato a vice, é de centro e terá papel fundamental na administração.
Para o ex-ministro, a situação do país agora guarda semelhanças com a de duas décadas atrás, em que o orçamento era “apertadíssimo”, mas a crise era profunda e exigia o reforço de programas sociais.
Questionado sobre intervenções de Dilma Rousseff no setor elétrico, ele afirmou que não há hoje a pretensão de o Estado administrar o mercado.