O Antagonista | Na guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, múltiplas nações estão envolvidas através das Forças Marítimas Combinadas (CMF, em inglês), a maior coalizão naval do mundo. A Marinha do Brasil tomou recentemente as rédeas da Força-Tarefa Combinada (CTF-151) no Vermelho e Golfo de Áden, zonas marítimas intensamente disputadas e perigosas.
Missão de combate à pirataria
As CMF foram instauradas em 2001 com o objetivo de combater a pirataria, terrorismo marítimo, crimes transnacionais e ameaças à navegação. A coalizão realiza suas operações baseadas em resoluções da ONU, e o contra-almirante Antonio Braz de Souza assumiu o comando rotativo da CTF-151 no dia 23 de fevereiro de 2023. Esta é a terceira vez que o Brasil lidera a força.Desafios inéditos
Apesar dos protocolos das CMF não envolverem participação em conflitos armados, o atual cenário tensionado na região pode exigir ações defensivas. Além de combater a pirataria e outros crimes marítimos, o contra-almirante Braz de Souza precisará lidar com atividades militares adversárias, devido à tensão crescente na área.
O mais recente ataque pirata ocorreu perto da costa da Somália e foi interrompido pela Marinha indiana. O grupo Houthi também participou do sequestro de um cargueiro em uma operação ousada que utilizou um helicóptero com tropas.
Reconhecimento internacional da Marinha brasileira
O contra-almirante ressalta que a liderança brasileira na CTF-151 pelo terceiro demonstra o reconhecimento internacional do Brasil como uma força naval capaz e confiável. Entretanto, a presença naval do Brasil na região tem sido limitada devido à transição e degradação da frota brasileira.
Impactos futuros e preocupações
A operação no Mar Vermelho e Golfo de Áden oferece ao Brasil uma oportunidade de colaboração e experiência com outras marinhas enfrentando ambientes desafiantes. O almirante acredita que uma boa performance pode contribuir para a prevenção de iniciativas hostis contra o Brasil, especialmente a pirataria. A manutenção da segurança no Mar Vermelho é crítica, pois esta região responde por 15% do tráfego comercial marítimo global. As interrupções causadas pelo conflito aumentaram a necessidade de intervenção internacional.