Chefe da pasta Marcelo Queiroga fala em coletiva nesta segunda-feira (18). OMS ainda considera doença emergência de saúde pública internacional.
Após anunciar, em pronunciamento em rede nacional, que declararia o fim da emergência de saúde pública pela Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, concedeu uma entrevista coletiva para explicar como funcionará a decisão.
De acordo com Queiroga, o Ministério se baseia em três justificativas: a grande queda no número de casos e óbitos pela Covid nos últimos 15 dias; a grande cobertura vacinal (mais de 70% da população com o esquema completo e 39% da população com a dose de reforço); e a capacidade do SUS de atendimento para todas as doenças.
Além da explicação, Queiroga também deixou claro que as políticas públicas de saúde contra a Covid não serão abandonadas. “Quero frisar que nenhuma política de saúde pública será interrompida”, afirmou o ministro.
Segundo o ministro, a Covid não foi eliminada, mas que precisamos aprender a conviver com a doença, focando no fato da doença ter “perdido a força, a letalidade”.
“A Covid não acabou e não vai acabar, e nós precisamos conviver com essa doença e com esse vírus. Felizmente, parece que o vírus tem perdido a força, tem perdido a letalidade, e cada dia nós vislumbramos um período pós-pandêmico mais próximo de todo mundo”, disse.
Queiroga também lembrou que não tem poder de decretar o fim da pandemia, papel esse que é da Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS, nos últimos meses vem fazendo um apelo contra os países que relaxam as medidas de combate contra a doença. Queiroga driblou a questão.
“A Organização Mundial de Saúde analisa o contexto internacional e nós, aqui, analisamos o contexto nacional”, declarou Queiroga.
Em março, o Brasil registrou 10.417 mortes pela Covid-19, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa – uma queda de mais de 50% em relação a fevereiro, quando o número havia chegado a mais de 22 mil óbitos.
OMS ainda considera doença emergência de saúde pública internacional
Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde (OMS) havia anunciado que ainda considerava a Covid uma emergência de saúde pública internacional.
A decisão, do diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, seguiu o parecer do comitê de emergências da entidade. O comitê reconheceu que o Sars-CoV-2, causador da Covid, continua a ter uma evolução “imprevisível, agravada pela sua ampla circulação e intensa transmissão em humanos” e em outras espécies.
Os especialistas consideraram com preocupação o fato de que alguns países-membros relaxaram medidas de comportamento e saúde pública para diminuir a transmissão do vírus.