Além de indicar a si mesmo para o conselho fiscal do Sesc, Carlos Lupi nomeou o tesoureiro do seu partido a função equivalente no Senac
Um caso, digamos, inusitado ocorreu nas primeiras semanas do governo Lula (PT). O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), nomeou a si mesmo como membro titular do conselho fiscal do Serviço Social do Comércio (Sesc). A indicação está oficializada no Diário Oficial da União (DOU) no início de janeiro.
Os membros deste conselho são remunerados por meio de jetom, portanto recebem conforme participam de reuniões. A CNN apurou que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) o comparecimento em cada encontro correspondia a R$ 3,5 mil.
São realizadas seis reuniões ordinárias por mês — o que resultaria em um pagamento de R$ 21 mil mensais. O pedetista, que acumulará funções, recebe cerca de R$ 39,2 mil como ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na mesma publicação, Lupi nomeou o tesoureiro do PDT, Marcelo de Oliveira Panella, para o conselho fiscal do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Enquanto Lupi fica com a cadeira antes ocupada pelo ex-ministro do Trabalho e Previdência Social Onyx Lorenzoni (PL), Panella substitui o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP).
Os conselhos fiscais de Sesc e Senac contam ainda com outros membros do governo federal, representantes de centrais sindicais e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O peso de voto é igual para todos os sete conselheiros que compõem colegiado, e os mandatos são de dois anos.
A CNN procurou o Ministério da Previdência Social e o Sesc para que comentassem o caso. Até o momento da publicação desta matéria, não houve resposta.