Polícia Federal não fez esse pedido nem o de bloqueio de contas dos acusados; senador é coordenador da campanha de Lula
A quebra do sigilo bancário e o bloqueio de contas dos empresários bolsonaristas alvos de uma operação da Polícia Federal foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após um pedido dos senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Apesar de autorizada, a PF não pediu a quebra do sigilo e nem o bloqueio das contas. Após apresentar os fatos da ação, o delegado Fábio Alvarez Shor solicitou apenas a “busca e apreensão dos aparelhos celulares” dos oito envolvidos.
Randolfe enviou o pedido à Corte no último dia 17, após a veiculação da reportagem do portal Metrópoles que denunciava os discursos golpista dos empresários em um grupo de WhatsApp. O senador é um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Lula (PT).
“Dessa forma, requer-se que sejam apurados os fatos noticiados no dia de hoje, 17 de agosto, na coluna de Guilherme Amado, com a imediata remessa ao Ministério Público e à Polícia Federal para a tomada de depoimento dos envolvidos, a quebra dos sigilos, o bloqueio de contas e as necessárias prisões preventivas”, dizia o documento.
Dentre os pedidos do senador, apenas as “prisões preventivas” não foram realizadas. Outras petições relacionadas ao tema foram direcionadas ao Supremo. A Polícia Federal, por exemplo, protocolou uma representação.
Moraes divulgou na segunda-feira (29) a decisão que autorizou a operação de busca e apreensão contra os empresários. O documento citava um pedido feito pela Polícia Federal.
“Em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleo de produção, publicação e financiamento e político absolutamente idênticos aos investigados no inquérito das milícias digitais, com a nítida finalidade de atentar contra a democracia. Por tanto, em face das circunstâncias apontadas é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento de garantias, que não podem ser usadas como escudo para a prática de atividades ilícitas”.
Segundo o ministro, a Polícia Federal também solicitou o afastamento do sigilo telemático e bancário dos empresários e a apreensão dos aparelhos celulares.