Legenda de extrema-esquerda é acusada de atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal
Metrópoles – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta segunda-feira (20/6), o bloqueio em até 24 horas das redes sociais do Partido da Causa Operária (PCO), acusado de atacar ministros da Corte e investigado no âmbito do inquérito das fake news.
A legenda foi incluída por Moraes no inquérito no início do mês, no último dia 2. Na ocasião, o ministro já havia defendido o bloqueio dos perfis do partido no Facebook, Twitter, Telegram, Instagram, YouTube e Tik Tok. E ainda fixou multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.
A PCO entrou no alvo do relator do inquérito após atacar Moraes nas redes sociais. Também em 2 de junho, o partido afirmou que o ministro preparava um “golpe” contra as eleições. A sigla criticou o fato de o magistrado ter dito que os candidatos que divulgarem fake news com poder de influenciar o voto podem ter o registro para as eleições cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do qual assumirá a presidência a partir de agosto deste ano.
“Em sanha por ditadura, skinhead de toga retalha o direito de expressão, e prepara um novo golpe nas eleições. A repressão aos direitos sempre se voltará contra os trabalhadores!”, escreveu o PCO em uma publicação no Twitter, que ainda pedia a dissolução do Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa não é a primeira vez que o partido ataca o Poder Judiciário ou decisões que envolvam as eleições deste ano, ou expressa opiniões que são criticadas até mesmo por parte da esquerda. Em maio, o PCO acusou o STF de ser um “órgão ditatorial” por sua essência, e afirmou que não deveria “nem existir”. Já em agosto de 2021, o partido de extrema esquerda se juntou ao coro de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e questionou a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar provas.
Partido reage à decisão
Logo após a decisão, o PCO foi às redes para chamar o ministro do STF de “ditador”.
Posteriormente, a sigla publicou uma nota com o seguinte título: “Às vésperas das eleições, STF mostra a cara e ordena censura ao PCO”. “A cruzada do STF contra os direitos democráticos chegou a uma nova etapa. Censuram um Partido político legal por discordar das ações de um tribunal, por considerar que seu flagrante abuso de poder é um golpe contra o regime democrático. Por defender a democracia, estamos sendo acusados de atentar contra ela”, sustenta o partido.
Segundo a legenda de extrema-esquerda, “falar não atenta contra a democracia”. “O direito à palavra é o cerne de qualquer regime democrático. Falar, denunciar e se opor ao abuso de poder não é atentar contra a democracia, é a alma do Estado Democrático de Direito”, enfatiza, além de defender “o fim do Supremo Tribunal Federal”.
“O ministro Alexandre de Moraes quer ditar como vai ser o debate político, mesmo que ele não tenha tido um único voto. Ele não responde a ninguém senão ao interesse dominante no Estado capitalista, o do grande capital imperialista, principalmente o norte-americano. Chamamos todos a repudiar este gravíssimo ataque às liberdades democráticas, à esquerda e ao movimento operário. Reivindicamos a anulação desse inquérito aberrante e a restituição de todas as nossas redes sociais”, completa.