Mauri Edson Vulcão Costa, o Déo, era do alto comando do braço da maior facção criminosa do país nas cidades de Belém e Abaetetuba
O Globo – Um dos 25 mortos na operação da Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, Mauri Edson Vulcão Costa, conhecido como Déo, era do alto comando do braço da maior facção criminosa do país nas cidades de Belém e Abaetetuba, no Pará, segundo a Polícia Civil paraense. Ele é apontado nas investigações como o mandante de mais de 20 ataques a agentes de segurança no estado nos últimos 30 dias, sendo que 16 deles terminaram com agentes mortos.
Déo teria ordenado os ataques do Complexo da Penha, onde se fixou em 2020. Os crimes contra agentes seriam uma represália ao tratamento dispensado aos detentos da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Pará. Segundo as investigações, Déo também procurava se vingar do fato de que seu irmão, Max Vulcão Costa, conhecido como Baca, está preso desde 2019 no Presídio Federal de Cascavel, no Paraná. Mesmo preso, Baca seria o líder da facção no Pará.
De acordo com a Polícia Civil, Déo ordenou 14 crimes somente na última semana, entre eles a execução de um militar da Aeronáutica, morto dentro de um ônibus, e de um sargento da PM em Moju.
Déo responde atualmente a 23 processos pelos crimes de homicídio, associação para o tráfico e tráfico de drogas. Ele também é apontado como responsável pela migração de membros da facção foragidos da justiça de Pará para o Rio de Janeiro, usando como método o homicídio de agentes públicos.
Segundo as investigações, entre os criminosos que tiveram a ajuda de Déo migrar, estão “Messan”, preso pela PM do Rio na estação de metrô da Rocinha; Victor Ramon, preso pelo roubo a uma joalheria no Leblon e já denunciado pela execução do sargento da PM Laércio Palheta Balieiro; e “Rafinha Sorriso”, foragido, acusado da tentativa de homicídio a agente no Pará.
Déo ainda seria responsável pela migração de Eraldo de Novaes Ribeiro, o “Pará”, que também foi morto na operação do Bope e da PRF. Investigações apontam que ele ocupava posição no alto escalão da facção no município paraense de Moju.
Ele respondia a 11 ações penais pelos crimes de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, tráfico, homicídio, porte ilegal de arma de fogo.Segundo a Polícia Civil paraense, ele se encontrava foragido do sistema penitenciário, sendo o suspeito de ter determinado, juntamente com Déo, a morte de um sargento da PM no Pará.