Após a revelação que o Ministério da Educação (MEC) favorece municípios indicado por pastores em direcionamento de recursos, entre outras vantagens, via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e orçamento secreto, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), defendeu o ministro Milton Ribeiro.
“A minha visão que eu tenho a respeito do trabalho do ministro Milton é que ele é uma pessoa honesta, ele tem honestidade e propósito, ele é uma pessoa extremamente educada, cautelosa nas coisas. Então, eu acho que tem que esclarecer melhor essa situação aí para se chegar a uma conclusão do que realmente ocorreu e se realmente houve algo que não foi realizado dentro dos princípios da administração pública”, disse Mourão ao chegar a seu gabinete.
Questionado sobre a permanência de Milton no cargo, Mourão deixou claro que dependerá das investigações. “Enquanto não houver um esclarecimento bem bom a respeito disso aí, eu acho que não há problema de ele continuar no governo, até pela forma como o ministro se comporta. Eu tenho profundo respeito por ele”, declarou.
O vice-presidente também levantou dúvidas sobre a veracidade das gravações que chegaram na mídia, que foram o estopim da denúncia sobre o ministro. “É uma gravação, aí você não sabe se aquilo tá editado, se não tá editado. Então, por isso que a gente não pode, a priori, chegar e emitir um juízo de valor”, avaliou Mourão.
Uma das denúncias sobre Milton Ribeiro, além de corrupção, é a de tráfico de influência. Questionado se minaria o discurso do governo Bolsonaro de ser “sem corrupção”, o general voltou a tecla da investigação.
“Tem que ver qual é o valor que isso foi executado, se realmente houve esse tráfico de influência, se esses recursos que foram distribuídos estavam fora de um planejamento que já havia, se eles foram executados de forma correta. Então, tem uma porção de coisa que tem que ser verificada para que a gente possa chegar e dizer: ‘isso aí realmente está totalmente errado’.”, disse.
E ainda finalizou afirmando que, por enquanto, tudo não passa de indícios. Por enquanto. “É aquela história: isso aí tudo por enquanto são indícios. Quando se confirmar, aí a gente pode tomar uma posição mais clara”, completou.