Festa Juninão do Trabalhador, marcada para 16 a 19 de junho em Cachoeira Alta, custaria R$ 1,5 milhão segundo o órgão
F SÃO PAULO – Marcada para acontecer de 16 a 19 de junho em Cachoeira Alta, no interior de Goiás, a Festa Juninão do Trabalhador é a mais recente a ser envolvida na série de cancelamentos de shows com altos cachês promovidos por prefeituras semana licitação. Na sexta-feira (10), o Ministério Público de Goiás (MPGO) fez um pedido de liminar para a Justiça para impedir que o evento, que teria o grupo de forró Barões da Pisadinha, aconteça.
Em nota publicada no site do órgão, o promotor de Justiça Lucas Otaviano da Silva diz que, após receber denúncias, apurou que em maio deste ano a gestão do prefeito Rodrigo Miranda Mendonça (PDT) gastou cerca de R$ 1,5 milhão em contratações de eventos para o período de junho a setembro deste ano.
Enquanto isso, prossegue o texto, em março a administração do município enviou à Câmara o Projeto de Lei 16/2022, pedindo autorização para uma dívida de R$ 11 milhões para investimentos na cidade. Destes, apenas R$ 6 milhões em créditos foram liberados pela Lei 1.551/2022.
O dinheiro advindo dessa dívida deveria ser usado para financiar a construção de prédios públicos, reformar imóveis, recapear e pavimentar de vias públicas. Essa emenda permitiu inclusive a cessão de receitas tributárias do município como garantia do empréstimo. Segundo a promotoria, no entanto, 25% desse montante acabou sendo direcionado para as festas.
A Folha telefonou três vezes para a assessoria do prefeito e outras três para o gabinete de Mendonça, entre às 10h e 13h deste sábado (11), mas não obteve resposta.
Em um vídeo no seu perfil do Instagram, publicado em 11 de maio, o prefeito afirma que a festa Juninão do Trabalhador é uma oportunidade de aumentar o movimento no comércio local e gerar mais renda para a economia do município. Mendonça ainda afirma que os shows são um presente para os trabalhadores.
No início do ano, Mendonça havia expedido o Decreto 43/2022, que determinava a contenção de despesas devido à queda na receita do município. Entre as restrições estavam homenagens, solenidades e eventos que gerassem mais despesas aos cofres da prefeitura.
O prefeito e seu vice são investigados por compra de votos. Em abril, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE/GO) manteve a cassação da chapa por causa da suspeita.