Apuração teve início após representação de um servidor, alegando que teria havido promoção da candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL)
CNN – O Ministério Público Federal (MPF) apura indícios de utilização da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para promoção eleitoral na disputa deste ano ao Palácio do Planalto.
A apuração teve início, segundo relato feito à CNN, diante de representação apresentada por um servidor da corporação de que teria havido promoção da candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Procurada pela CNN, a assessoria de imprensa do MPF confirmou que apuração em relação à PRF está em curso, mas não deu detalhes por estar sob sigilo.
A CNN, porém, recebeu relatos do conteúdo de depoimentos prestados por integrantes da corporação ao MPF.
Eles apontariam que, além da promoção eleitoral, teria havido perseguição de servidores que não apoiam a reeleição do presidente.
O conteúdo da investigação enquadrado na legislação eleitoral já foi enviado à Justiça Eleitoral. O restante ainda tramita no MPF.
Procurada pela CNN, a PRF informou que aguarda a remessa das informações “imediata apuração no âmbito da comissão de ética, controle interno e corregedoria”.
A legislação eleitoral proíbe ao agente público fazer “uso promocional”, ou seja, utilizar a estrutura de uma instituição pública, em favor de um candidato.
Na nota à CNN, a PRF salientou que é uma instituição de estado “que trabalha diariamente em defesa da vida nas estradas federais, com foco na redução do número de mortes e acidentes e no combate ao crime organizado”.
“No período eleitoral, atuamos para combater os crimes eleitorais nas rodovias federais e em parceria com os demais órgãos com atribuições ao sistema eleitoral”, disse.
Na semana passada, a CNN revelou que a PRF abriu apuração preliminar contra um servidor da instituição policial que declarou, em sua rede social, apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo cópia do processo investigatório, à qual a CNN teve acesso, o pedido de abertura foi realizado na semana passada pelo setor de ações preventivas do órgão federal para apurar “possível desvio funcional”.