Presidente deu declarações na abertura da primeira reunião ministerial da nova gestão. Ele disse que relação com Câmara e Senado ‘será a mais importante’ que já teve como presidente.
G1 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (6) que o governo tem uma tarefa “árdua”, mas “nobre”, pregou boa relação com o Congresso e união para acabar com as “brigas familiares”. Ele também cobrou respeito ao meio ambiente, às leis e à Constituição.
Lula deu as declarações durante pronunciamento na abertura da primeira reunião ministerial de seu terceiro mandato como presidente.
No discurso, Lula disse que:
- o governo terá uma tarefa “árdua”
- a relação com o Congresso será “a mais importante” que já teve como presidente
- não é Arthur Lira que “precisa” do governo, mas o governo que precisa do Legislativo
- produtores rurais que desrespeitarem o meio ambiente serão responsabilizados
- não vale ‘cidadão bandido’ achar que pode desrespeitar a Constituição
‘Entregar o país melhor’
“Nossa tarefa é uma tarefa árdua, mas é uma tarefa nobre. A gente vai ter que entregar esse país melhor”, disse Lula.
Governo ‘precisa da boa vontade’ de Lira
Durante o discurso, Lula destacou a importância de um bom relacionamento com o Legislativo.
Disse ter orgulho de ter montado uma equipe de políticos e que não adianta ter um governo composto por técnicos gabaritados, mas não ter votos no Congresso.
“É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso, nós dependemos do Congresso e, por isso cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado, cada deputada, cada senador, cada senadora que o buscar”, afirmou.
Em outro momento, Lula foi mais específico e citou os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Não tem veto ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro. Então, eu quero que vocês saibam que vocês contem comigo porque eu tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado. E assim nós vamos governar esses quatro anos”, afirmou.
Posse presidencial
O presidente também exaltou os eventos da posse presidencial do último domingo (1º).
“A nossa posse mostrou que é possível a gente fazer esse país voltar a sorrir. É possível fazer essas pessoas voltarem a sonhar e a nossa obrigação é de transformar esse sonho em realidade. Esse é o compromisso de cada companheiro e de cada companheira que assumiu esse ministério”, disse.
“As pessoas pareciam que estavam se encontrando consigo mesmo. É preciso acabar com essas brigas familiares”, completou.
Respeito ao meio ambiente
Em outro momento, o presidente citou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e disse que “empresários de verdade” do agronegócio sabem a “necessidade da produção sem precisar ofender ou adentrar a Floresta Amazônica ou qualquer bioma”.
Segundo Lula, esses produtores serão “muito respeitados pelo governo”, mas os que agirem fora da lei serão responsabilizados.
“Aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, esse a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida. Porque, neste país tudo vale, a única coisa que não vale é o cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação”, disse.
Coordenação dos ministérios
A audiência com os ministros, segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem o objetivo de “dar a partida” à nova gestão petista.
Entre os temas que devem ser discutidos, estão a coordenação do governo, a situação das obras de cada ministério e as ações a serem tomadas, além da relação com estados e municípios.