No Dia Internacional da Mulher, comemorado na última quarta (8), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) subiu na tribuna da Câmara dos Deputados vestido de uma peruca loira e discursou contra mulheres trans, dizendo que “homens que se sentem mulheres” estão tomando o espaço de mulheres e foi duramente criticado, tendo até mesmo um pedido de cassação de seu mandato.
Apesar de sua fala ter gerado uma reação negativa muito forte em quase todos os parlamentares, há aqueles e aquelas que se sentiram representados pelo deputado. Especificamente mulheres.
A deputada Julia Zanatta (PL) criticou aqueles que, na opinião dela, tentaram calar Nikolas. Segundo ela, o parlamento é um lugar para se debater ideias divergentes, de democracia.
“Não poderia deixar de registrar minha solidariedade com o deputado Nikolas que a ditadura da minoria está querendo calar a opinião de um deputado de falar o óbvio. Isso não faz parte do parlamento. O parlamento é um lugar de democracia e de debate de ideias divergentes”, afirmou Julia.
Até que ponto, então, realmente vai a democracia dentro do Congresso nacional? Parlamentares, que estão assegurados pelo artigo 53 da Constituição Federal e são invioláveis civil e penalmente de suas opiniões, não podem mais falar o que pensam?
Claro que a espetacularização de Nikolas é reprovável, com o uso da peruca e caracterização em pleno Congresso, mas seu direito de opinião deve ser defendido para o pleno funcionamento da democracia brasileira.