Durante uma reunião com o presidente da China, Xi Jinping, nesta sexta (14), o presidente Lula (PT) afirmou que quer aprofundar a relação entre os dois países nos próximos quatro anos e que “ninguém” poderá proibir essa relação.
“Ontem fizemos visita à Huawei, em uma demonstração que queremos dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore sua relação com a China”, disse o presidente na reunião aberta entre os líderes.
Lula cumpre visita oficial ao país acompanhado de ministros e da primeira-dama, Janja. Nesta sexta, os presidentes de Brasil e China se reuniram em um encontro bilateral e assinaram atos conjuntos.
No discurso aberto à imprensa, que antecedeu a reunião fechada, Lula falou em intensificar as relações Brasil-China em áreas como:
- ciência e tecnologia;
- intercâmbio de estudantes universitários;
- relações culturais;
- estratégias de combate às mudanças climáticas;
- energia limpa;
- produção de carros e ônibus elétricos.
“Penso que a compreensão que o meu governo tem da China é de que nós precisamos trabalhar muito para criar uma relação Brasil-China que não seja apenas uma relação meramente de interesse comercial. Se bem que o interesse comercial é muito importante”, disse Lula antes de listar as áreas.
Foco na pauta ambiental
Temas ligados ao meio ambiente e às mudanças climáticas dominaram o discurso aberto de Lula na reunião bilateral. O presidente chegou a pedir o compromisso da China com a transição energética e a redução da emissão de poluentes.
“Contamos com a China na nossa luta pela preservação do planeta Terra, defendendo uma política climática mais saudável. Em que as pessoas possam respirar ar mais puro e beber água mais limpa. Para isso, é extremamente importante uma transição energética para que a gente possa produzir energia mais limpa, sobretudo eólica, solar, biomassa”, disse Lula.
“O Brasil tem 80% de sua energia totalmente limpa e está comprometido nesse instante, no meu governo, que até 2030 nós vamos alcançar o desmatamento zero na Amazônia para dar a nossa contribuição à preservação do planeta”, continuou.
Lula também usou o discurso para agradecer o apoio da China à eleição da ex-presidente Dilma Rousseff como presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NDB), o “banco do Brics”. O agrupamento comercial reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“Para nós, é com muita alegria que recebemos o apoio da China para a presidenta Dilma ser presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento. O senhor sabe o apreço que a presidenta Dilma tinha na relação com a China”, declarou Lula.