O Antagonista | Odebrecht, atualmente Novonor, recebeu do Estado dezenas de bilhões de reais a mais do que o valor da multa aliviada na quinta-feira, 1º, pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, chamado por Marcelo Odebrecht, em e-mails internos, de “amigo do amigo do meu pai”, em referência à amizade do ministro com Lula, amigo de Emílio Odebrecht, o pai de Marcelo.
Apenas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que atualmente é chefiado por Aloízio Mercadante, empresas controladas pelo Grupo Odebrecht receberam 32,9 bilhões de reais entre 2003 e 2018.
Em valores atualizados em setembro de 2019 pelo banco de fomento, o desembolso para a Odebrecht chegou a 51,3 bilhões de reais.
Da Petrobras, a Odebrecht a recebeu 5,337 bilhões de reais entre janeiro de 2015 e junho de 2018, período o qual a companhia ficou impedida de assinar novos contratos com a estatal por estar na lista suja da petroleira. Todavia, a empresa conseguiu manter 13 contratos que estavam em vigência.
Como registrou a Folha de S. Paulo em julho de 2018, os valores se referem a negócios fechados antes do bloqueio imposto pela Petrobras em dezembro de 2014.
Entre 2011 e 2014, a Petrobras pagou a Odebrecht 2,617 bilhões de reais.
Toffoli passa a boiada
O ministro Dias Toffoli (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu os pagamentos do acordo de leniência firmado pela Novonor, antiga Odebrecht, com a Operação Lava Jato no valor de 3,8 bilhões de reais.
Com a correção monetária atualizada pela Selic, o valor da multa poderia chegar a 8,5 bilhões de reais ao final dos 23 anos previstos para o pagamento.
A empreiteira pediu a extensão dos benefícios que foram concedidos por Toffoli à J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, em dezembro de 2023, quando o magistrado suspendeu a multa de 10,3 bilhões de reais aplicada no âmbito da Operação Greenfield.
Pedido atendido durante o recesso do Judiciário
Ao atender o pedido da Novonor, antiga Odebrecht, e suspender o pagamento da multa determinada no acordo de leniência firmado com os procuradores da Lava Jato, o ministro Dias Toffoli, do STF, interrompeu o último dia de recesso da Corte para aplicar a decisão.
O gabinete do ministro tinha 1.426 processos no acervo, mas apenas esse ganhou atenção especial.