Uma operação da Polícia Federal que desvendou um esquema de arapongagem ilegal contra jornalistas, políticos, advogados, servidores públicos e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou uma série de reações contundentes tanto no Judiciário quanto na política.
A operação da Polícia Federal expôs um cenário preocupante de espionagem ilegal que envolveu diversas personalidades da vida pública, incluindo figuras proeminentes do STF. A revelação desse esquema gerou indignação e reações enérgicas no cenário político e jurídico do Brasil.
No Senado, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Renan Calheiros (MDB-AL), se destacou por questionar publicamente os diretores escolhidos pelo atual presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa. Renan chegou a bloquear a sabatina do indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo alterações na equipe que havia sido nomeada.
Um dos diretores indicados por Corrêa, Paulo Maurício Fortunato Pinto, que já havia sido acusado em 2008 de envolvimento em espionagem ilegal, incluindo a de ministros do STF, foi alvo da operação da PF. O Congresso avalia que a operação expôs um erro de Corrêa ao pedir a confiança do presidente Lula em sua escolha de diretores, o que levou o Planalto a intervir na sabatina com Renan.
Alas do MDB já começam a questionar abertamente se Corrêa tem condições de permanecer no cargo de presidente da Abin.
No Judiciário, as reações são de profundo desconforto e indignação. Um ministro do Superior Tribunal de Justiça classificou as revelações da Polícia Federal como “inacreditáveis”, enquanto um membro do Tribunal de Contas da União considerou o episódio chocante.