A entidade, coalizão composta por 200 organizações da sociedade civil, critica a tentativa de criar desconfiança sobre as urnas
Metrópoles – Integrantes do movimento Pacto pela Democracia, composto por 200 organizações da sociedade civil, entregaram ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, um manifesto em defesa das eleições. No documento, eles ressaltaram a importância de a sociedade se posicionar para proteger a integridade do processo eleitoral. “Repudiamos discursos antidemocráticos, que enaltecem ideias de cunho autoritário”, diz o manifesto.
Ao sair da reunião, realizada nesta quarta-feira (11/5) com o presidente do STF, o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, analisou o processo de fragilização do processo eleitoral que vem ocorrendo por meio do discurso de ódio e de fake news. Para ele, os ataques às urnas são uma “afronta à democracia”.
“Não se pode admitir o discurso tirânico de fechamento do STF. Estamos preocupados com a preservação da democracia. Não admitimos retrocessos. Viemos transmitir a preocupação ao ministro Fux. Não queremos ver o Supremo isolado, acuado. Com a democracia não se brinca”, analisou.
Livianu ainda frisou que as Forças Armadas não são responsáveis por fiscalizar processo eleitoral, mas sim por fazer a defesa do país. “A narrativa que vem se tentando construir, com justificativa de apuração paralela pelas Forças Armadas, não existe. Não há qualquer previsão legal de auditagem privada de votação eletrônica. São narrativas para agradar base de seguidores. Não passam de gozações, historinha da carochinha”, disse.
Tensão
O presidente do do Instituto Não Aceito Corrupção e o manifesto entregue ao STF fazem parte de uma reação sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem tensionado a relação com o TSE usando as Forças Armadas. Em fevereiro deste ano, Bolsonaro já disse que as Forças Armadas são as “fiadoras” do processo eleitoral.
Em abril, durante evento pela “liberdade de expressão”, realizado no Palácio do Planalto, afirmou que os militares apresentaram sugestões ao TSE para uma espécie de apuração paralela. Na mesma cerimônia, disse que é preciso existir uma maneira para “se confiar nas eleições”. E ressaltou ainda que haveria “sala secreta” de votação – o que foi cabalmente desmentido pelo TSE.
“Como os dados vêm pela internet para cá, e há um cabo que alimenta a sala secreta do TSE, uma das sugestões é de que, nesse mesmo duto que alimenta a sala secreta, seja feita uma ramificação um pouquinho à direita, para que tenhamos do lado um computador das Forças Armadas, para contar os votos no Brasil”, disse Bolsonaro.