Ministra do Planejamento e Orçamento explicou para que serve a nova regra fiscal do país e que juros devem cair a partir de 45 dias após a apresentação
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em entrevista para a Rádio Capital, do Mato Grosso do Sul, engrossou o coro do governo contra as altas taxas de juros no país e falou sobre o novo arcabouço fiscal que será praticado pelo governo, mas sem entrar em detalhes.
“As taxas de juros precisam cair no Brasil, mas o Brasil também precisa fazer o seu dever de casa. Não podemos gastar mais do que arrecadamos” disse a ministra.
“Ninguém pode gastar mais do que recebe. Só em casos de excepcionalidade se pede dinheiro emprestado. E é isso que, lamentavelmente, o Brasil faz. O Brasil não dá conta, por equívocos do passado. Hoje o Brasil gasta muito e gasta mal, mais do que arrecada. Diante disso ele fica rolando sua dívida. O que cria uma insegurança”, explicou Tebet.
Para que os juros caiam, o caminho é a partir do novo arcabouço fiscal, que deve ser apresentado após a volta do presidente Lula (PT) da China. Segundo Tebet, os juros podem começar a cair após a próxima reunião do Copom, caso seja um “bom arcabouço”.
“Se for um bom arcabouço, vai permitir que, na próxima reunião do Copom, daqui a 30, 45 dias, os juros possam começar a cair e significa que tudo vai ficar mais barato na vida das pessoas. Preço dos produtos, do supermercado, tendem a cair, e aqueles que precisam de empréstimo, agronegócio, comércio, vão pegar a juros mais baratos, investir mais, a economia vai crescer, gerar mais empregos”, disse ela.
Para explicar sobre o que seria esse arcabouço, ela afirmou que seria um conjunto de regras para que se possa definir os investimentos do país levando em conta o que se arrecada e o que se reinveste para sociedade.
“Esse novo arcabouço é um novo regramento pra dizer ao país: olha, você tem sim que investir no social. Não pode faltar dinheiro pra Educação, para Saúde, mas administração é uma questão de escolher prioridades. Aquilo que pode esperar ou a iniciativa privada pode fazer, você vai ter que se organizar para poder economizar e mostrar, nos próximos dois ou três anos, que você faz seu dever de casa”, afirmou.
Tebet afirmou que o Brasil tem um déficit de R$ 234 bilhões e que o objetivo é estabilizar ou, até mesmo, diminuir essa dívida para que os juros possam começar a diminuir.
“O Brasil tem um déficit na ordem de R$ 234 bilhões com despesas necessárias. Esse arcabouço vai olhar para essas despesas pra gente poder, pelo menos, zerar esse jogo, não gastar mais do que arrecada e, de outro lado, também tentar estabilizar ou diminuir essa dívida para que os juros caiam. A economia está desaquecida”, completou.