CUT contratou empresa para realizar disparos em massa; prática é considerada abuso de poder econômico
BSM – Após a descoberta de que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) contratou uma empresa para fazer disparos em massa, via WhatsApp, de informações pró-Lula, parlamentares ingressaram com representação contra o grupo na Justiça Eleitoral.
O deputado Paulo Eduardo Martins (PL) anunciou em seu Twitter que protocolou uma denúncia junto à Procuradoria Geral Eleitoral.
“Se comprovados, os fatos podem levar à inelegibilidade do pré-candidato por abuso do poder econômico e utilização indevida dos meios de comunicação social”, publicou Martins, no Twitter.
O deputado Kim Kataguiri (União Brasil) e o vereador Rubinho Nunes (União Brasil, membros do Movimento Brasil Livre (MBL), também protocolaram uma representação no órgão por propaganda eleitoral antecipada.
De acordo com documento obtido pelo site Metrópoles, a denúncia protocolada pelos parlamentares cita a CUT, ex-presidente Lula e o Facebook como partes do processo. O texto afirma que “verificam-se diversas ilegalidades perpetradas pelos representados, motivo pelo qual os responsáveis e beneficiários devem ser punidos na forma da lei”.
Após as eleições de 2018, em que o chapa do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) foi questionada pelo suposto uso de disparos, a Justiça Eleitoral proibiu a prática, entendo como abuso do poder econômico e político ou uso indevido de meios de comunicação.
O caso
Em março, como mostrou o BSM, a CUT estava lançando cursos para formar esses “brigadistas”. Em vídeo publicado nesta quarta-feira pelo Metrópoles, um dos dirigentes do sindicato revelou como seria o esquema para montar as tais brigadas.
Uma Brigada Digital é nada mais, nada menos do que um grupo de WhatsApp. Organize os mais vermelhinhos dentro do grupo e lá vamos convencer toda a turma que este ano é Lula”, disse em vídeo o secretário de comunicação da CUT, Roni Barbosa.
Os participantes dos grupos deverão obedecer aos administradores e participar de “tuitaços”. A técnica funciona com a introdução de um membro da CUT no grupo, que se transformará em brigada. “Basta você cadastrar no site e automaticamente o nosso administrador vai entrar no grupo e distribuir os cards, as informações e os vídeos”, explica o secretário.
Em nota, a CUT nega o uso político partidário das brigadas digitais. “A CUT historicamente sempre se posicionou nos processos eleitorais, mas nunca pediu, não pede e não vai pedir voto para qualquer candidato”.