Governo federal procura alternativas para despolitizar a ala militar, majoritariamente bolsonarista; confira alguns militares da ativa que estariam sem cargo se PEC estivesse em vigor
Uma das grandes preocupações do governo Lula (PT) é evitar novas tentativas de golpes como vistas no dia 8 de janeiro, quando uma parcela civil de bolsonaristas tentou tomar o poder à força. Mas o que preocupa mesmo é o grande número de militares dentro da política, algo que não havia sido visto em tempos democráticos no Brasil.
Para tentar controlar esses militares, o ministério da Defesa está preparando, junto com Lula, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para obrigar que militares que tirem licença para se candidatar a cargos públicos voltem à ativa após a eleição, mesmo perdendo-a.
O ministro José Múcio Monteiro já tem o aval dos comandantes das Forças Armadas para seguir em frente com a PEC.
Nas última eleições, cerca de 1.888 militares, seja das FA ou das policias estaduais, foram candidatos, sendo a maioria esmagadora das polícias. De acordo com um levantamento, 56 militares das Forças Armadas da ativa foram candidatos e, pelo menos, 30 voltaram às atividades após o período eleitoral.
Exemplos, como o tenente-coronel Costa e Silva, que disputou as eleições de 2022, 2020 e 2018, caso a PEC estivesse em vigor, ficaria sem nenhum cargo neste momento, pois teria que escolher entre a carreira militar e a política.
O tenente Mosart Aragão, aliado da família Bolsonaro, concorreu nas últimas eleições para deputado federal e também não foi eleito e está lotado no Hospital das Forças Armadas em Brasília. O coronel Quintino também não se elegeu.
Todos esses militares, após as eleições, continuam com discursos políticos, o que é proibido para militares da ativa. Majoritariamente, com falas falsas e contra o governo federal. Por conta desse tipo de atitude que o governo busca uma alternativa para despolitizar a caserna.