Arthur Lira negociou apoio com Lula em troca de reeleição na Câmara; deputados se sentem pouco representados e se recusam a garantir votos
Poder360 – A PEC fura-teto, que autoriza um estouro de mais de R$ 200 bilhões no teto de gastos, está emperrada na Câmara. Não foram nada boas as últimas conversas da equipe de transição do PT com integrantes do comando da Casa e do Centrão. Quem acompanha o processo sentiu que houve tom de ameaça dos 2 lados.
No cenário atual, é baixíssima a chance de a Câmara votar a PEC ainda nesta quinta-feira (15), como queriam os petistas. Na melhor das hipóteses, a votação ficará para a semana que vem.
O clima é tão ruim que o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), responsável pelo parecer na Casa, chegou a entregar a relatoria da PEC. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez um apelo para que o aliado não abdicasse da função.
Anunciado pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) ligou para Nascimento para apaziguar a situação. O relator da PEC não quis atendê-lo.
A intenção de Haddad era comunicar a Nascimento que Lula o receberia para uma conversa ainda nesta quinta-feira (15). O líder do União Brasil disse a interlocutores do petista que, agora, deveriam negociar a aprovação da PEC diretamente com Lira.